ATA DA DÉCIMA TERCEIRA SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 20-3-2006.

 


Aos vinte dias do mês de março do ano de dois mil e seis, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos foi realizada a segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Aldacir Oliboni, Carlos Comassetto, Dr. Goulart, Elói Guimarães, Haroldo de Souza, Ibsen Pinheiro, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Mônica Leal, Professor Garcia, Raul Carrion e Sebastião Melo. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha, Almerindo Filho, Bernardino Vendruscolo, Carlos Todeschini, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Elias Vidal, Ervino Besson, Luiz Braz, Manuela d'Ávila, Márcio Bins Ely, Maria Celeste, Mario Fraga, Maristela Maffei, Maristela Meneghetti, Maurício Dziedricki, Mauro Pinheiro, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Paulo Odone, Sofia Cavedon e Valdir Caetano. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Ervino Besson, o Pedido de Providência nº 406/06 (Processo nº 1315/06) e o Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei do Legislativo nº 040/06 (Processo nº 0997/06); pelo Vereador Haroldo de Souza, os Pedidos de Providência nos 339, 340, 341, 342, 343, 344, 345, 346, 347, 348, 349, 350, 351, 352, 353, 354, 354, 355, 356, 357, 358, 359, 360, 361, 362, 363, 364, 365, 366, 367, 368, 369, 370, 378, 379, 380, 381, 382, 383, 384, 385, 386, 387, 388, 389, 390, 391, 392, 393, 394 e 404/06 (Processos nos 1200, 1201, 1202, 1203, 1204, 1205, 1206, 1207, 1208, 1209, 1210, 1211, 1212, 1214, 1215, 1216, 1217, 1219, 1220, 1221, 1222, 1223, 1224, 1226, 1227, 1228, 1229, 1230, 1231, 1232, 1233, 1234, 1249, 1250, 1251, 1252, 1253, 1254, 1256, 1258, 1260, 1261, 1262, 1263, 1264, 1266, 1267, 1268, 1269 e 1310/06, respectivamente); pelo Vereador João Antonio Dib, o Pedido de Providência nº 372/06 (Processo nº 1237/06) e o Pedido de Informação nº 063/06 (Processo nº 1304/06); pelo Vereador João Carlos Nedel, o Projeto de Lei do Legislativo nº 049/06 (Processo nº 1166/06); pelo Vereador Raul Carrion, o Projeto de Lei do Legislativo nº 050/06 (Processo nº 1121/06). Também, foram apregoados os seguintes Ofícios, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre: de nº 185/06, encaminhando o Projeto de Lei do Executivo nº 013/06 (Processo nº 1187/06); de nº 188/06, encaminhando o Projeto de Lei do Executivo nº 014/06 (Processo nº 1188/06); de nº 196/06, encaminhando o Projeto de Lei do Executivo nº 015/06 (Processo nº 1319/06). Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos 181, 182, 183 e 184/06, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre. Na ocasião, em face da inexistência de quórum deliberativo, deixaram de ser votadas as Atas da Sexta e Sétima Sessões Ordinárias. Também, por solicitação do Vereador João Carlos Nedel, foi realizado um minuto de silêncio em homenagem póstuma ao Senhor Carlos Eduardo de Sá, falecido no dia dezesseis de março do corrente. Em prosseguimento, foi iniciado o GRANDE EXPEDIENTE, tendo o Senhor Presidente informado que, durante esse período, seria realizada homenagem ao transcurso do décimo aniversário do programa Espaço Aberto, da Rádio Guaíba, comandado pelo Jornalista Armando Burd. Compuseram a Mesa: o Vereador Dr. Goulart, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; o Senhor Flávio Wornicov Portela, Gerente do Departamento de Jornalismo da Rádio Guaíba; o Senhor Airton Domingos Bernardoni, representando o Conselho de Cidadãos Honorários de Porto Alegre; o Senhor José Antônio Belló, Presidente das Empresas de Asseio e Conservação do Estado do Rio Grande do Sul – SINDASSEIO; o Jornalista Armando Burd, Coordenador do Programa Espaço Aberto, da Rádio Guaíba Limitada; e o Vereador Haroldo de Souza, 1º Secretário desta Casa. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Sebastião Melo discorreu acerca do Programa Espaço Aberto, da Rádio Guaíba, classificando-o como instrumento de manifestação e integração da comunidade porto-alegrense. Ainda, elogiou a atuação do Jornalista Armando Burd na coordenação desse Programa, afirmando que Sua Senhoria sempre divulgou os trabalhos dos Vereadores desta Casa, viabilizando o debate democrático e a busca de soluções aos problemas da Cidade. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Mônica Leal declarou que ouvir o Programa Espaço Aberto é fundamental aos que se interessam pela situação política, econômica e social do País, frisando que as notícias e análises ali apresentadas caracterizam-se pela diversidade de conteúdo e pluralidade ideológica. Também, atentou para o profissionalismo e a responsabilidade observados no tratamento concedido pelo Jornalista Armando Burd aos temas abordados nesse Programa. Em continuidade, o Senhor Presidente convidou o Vereador Sebastião Melo para proceder à entrega de Diploma ao Jornalista Armando Burd, referente ao transcurso do décimo aniversário do Programa Espaço Aberto, concedendo a palavra a Sua Senhoria, que destacou a importância da homenagem hoje prestada pela Câmara Municipal de Porto Alegre. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Paulo Odone saudou a equipe responsável pela organização do Programa Espaço Aberto, destacando a necessidade da constituição de instrumentos que garantam o debate de idéias e a livre manifestação de opiniões. Nesse sentido, relatou o apoio recebido do Jornalista Armando Burd quando de situação vivenciada por Sua Excelência, que teria enfrentado um período de censura por parte da Empresa Jornalística Caldas Júnior. Às quinze horas e cinco minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quinze horas e dez minutos, constatada a existência de quórum. Na ocasião, foram apregoados os seguintes Memorandos, firmados pelo Vereador Dr. Goulart, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre: de nº 088/06, informando que o Vereador Mario Fraga representará externamente este Legislativo no “II Encontro de Secretários Municipais de Esportes”, a ser realizado no dia vinte e sete de março do corrente, no SESC Campestre, em Porto Alegre; de nº 089/06, informando que o Vereador Márcio Bins Ely representará externamente este Legislativo no “Fórum RS na Rota dos Investimentos”, a ser realizado no dia vinte e dois de março do corrente, em Porto Alegre; de nos 090 e 095/06, informando que a Vereadora Maristela Maffei representará externamente este Legislativo, respectivamente, no “Fórum Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de Porto Alegre”, a ser realizado no dia vinte e três de março do corrente, no auditório da Delegacia Regional do Trabalho, em Porto Alegre, e na cerimônia de apresentação da “Proposta Alternativa ao Esgotamento da Ponte do Guaíba”, a ser realizada no dia vinte de março do corrente, na Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre; de nº 091/06, informando que o Vereador João Carlos Nedel representará externamente este Legislativo na cerimônia de comemoração dos quarenta e cinco anos da Fundação Faculdade Federal de Ciências Médicas de Porto Alegre, a ser realizada no dia vinte e dois de março do corrente, em Porto Alegre; de nº 094/06, informando que a Vereadora Manuela d’Ávila representará externamente este Legislativo na Conferência Nacional de Juventude, a ser realizada nos dia vinte e nove e trinta de março do corrente, em Brasília – DF. Ainda, nos termos do artigo 13 da Resolução nº 1.319/96, foi apregoado o Requerimento nº 040/06 (Processo nº 1274/06), de autoria do Vereador Luiz Braz. Na oportunidade, por solicitação do Vereador José Ismael Heinen, aditada pelo Vereador Dr. Goulart, foi realizado um minuto de silêncio em homenagem póstuma à Senhora Olinda Pinto de Brum, mãe do Deputado Estadual Paulo Brum, e ao Senhor Mauro Pinto Soares, ex-funcionário deste Legislativo, falecidos no dia de ontem. Após, foi apregoado comunicado da Vereadora Neuza Canabarro, justificando sua ausência durante a presente Sessão, em face de audiência de instrução e julgamento da Segunda Vara da Justiça Federal. Também, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca da ordem dos trabalhos da presente Sessão. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Elói Guimarães cumprimentou o Partido do Movimento Democrático Brasileiro pela decisão de encaminhar candidatura própria às eleições presidenciais do corrente ano, avaliando consulta prévia realizada ontem por esse Partido, que resultaram na definição do nome de Anthony Garotinho como candidato ao cargo de Presidente da República. Ainda, teceu críticas ao trabalho realizado pelo Senhor Luiz Inácio Lula da Silva à frente do Governo Federal. A seguir, foi apregoado Requerimento de autoria do Vereador Carlos Comassetto, Vice-Líder da Bancada do PT, solicitando, nos termos do artigo 218, § 6º, do Regimento, Licença para Tratamento de Saúde para a Vereadora Margarete Moraes, no dia de hoje, tendo o Senhor Presidente declarado empossado na vereança o Suplente Mauro Pinheiro, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana. Na ocasião, foram apregoadas Declarações firmadas pelo Vereador Carlos Comassetto, Vice-Líder da Bancada do PT, informando o impedimento dos Suplentes Marcelo Danéris, Guilherme Barbosa e Gerson Almeida em assumirem a vereança no dia de hoje, em substituição à Vereadora Margarete Moraes. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador José Ismael Heinen comentou eventos que integram a programação da 47ª Semana de Porto Alegre, iniciada no dia dezessete de março do corrente, a qual objetiva assinalar o transcurso dos duzentos e trinta e quatro anos de fundação da Cidade. Nesse sentido, apresentou propaganda em áudio, elaborada pelo Partido da Frente Liberal, contendo textos e canções em homenagem ao Município e à população porto-alegrense. Após, o Vereador João Antonio Dib formulou Requerimento verbal, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando seja encaminhado ao Senhor Presidente, Parecer exarado pela Comissão de Constituição e Justiça, quanto às normas regimentais referentes aos pronunciamentos em Comunicação de Líder. Em COMUNICAÇÕES, a Vereadora Mônica Leal aludiu às pichações em muros e monumentos da Cidade, relatando debates a respeito desse problema, efetuados nesta Casa. Igualmente, comentou sugestão apresentada por Sua Excelência, de criação do “Disque-Pichação”, afirmando que esta proposta deverá ser implantada em abril pelo Governo Municipal, com o objetivo de viabilizar a denúncia, o flagrante e o enquadramento dos infratores, nos termos da legislação vigente. O Vereador Nereu D’Avila comentou Projetos protocolados neste Legislativo tendo como tema o cercamento de logradouros públicos, mencionando a forma como esse assunto vem sendo tratado em grandes cidades brasileiras e européias. Também, abordou o Projeto de Lei do Legislativo nº 188/05, do Vereador Ibsen Pinheiro, salientando a importância da busca de fórmulas que garantam a preservação da infra-estrutura dos parques da Cidade e a segurança da população usuária desses locais. O Vereador Professor Garcia teceu considerações acerca da reportagem divulgada ontem no programa “Fantástico”, da Rede Globo de Televisão, a qual denunciava a participação de crianças em ações realizadas por traficantes em favelas da Cidade do Rio de Janeiro. Da mesma forma, enfatizou a importância de políticas públicas que reforcem a figura materna e diminuam a influência do narcotráfico e do crime organizado junto a jovens de comunidades carentes nas grandes cidades brasileiras. O Vereador Professor Garcia, em tempo cedido pelo Vereador Paulo Odone, dando continuidade ao seu pronunciamento em Comunicações, sobre o uso de crianças em operações do narcotráfico no Rio de Janeiro, destacou que esse quadro hoje já é observado na maioria das cidades do País. Ainda, propugnou por maior combate ao crime organizado e pela instituição de programas que resgatem o convívio familiar, para que sejam criadas expectativas reais de futuro à juventude brasileira. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 014, 036, 047, 042, 044 e 048/06, os três últimos discutidos pelo Vereador João Antonio Dib, o Projeto de Lei do Executivo nº 012/06; em 2ª Sessão, os Projetos de Lei Complementar do Legislativo nos 004 e 005/06, este discutido pelo Vereador Ervino Besson, os Projetos de Lei do Legislativo nos 007 e 037/06, o Projeto de Resolução nº 143/05; em 3ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 005, 028 e 029/06, os Projetos de Lei do Executivo nos 006, 009 e 010/06, os dois últimos discutidos pelos Vereadores João Antonio Dib, Mônica Leal, Carlos Comassetto e Márcio Bins Ely, o Projeto de Resolução nº 155/05; em 4ª Sessão, o Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 002/06. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Maurício Dziedricki registrou a realização, hoje, no Plenário Ana Terra, do “II Encontro de Tecnologia de Informação e Comunicação”, ressaltando a importância desse evento para a modernização de órgãos públicos municipais. Nesse sentido, analisou alternativas para melhorar os serviços disponibilizados à população porto-alegrense, destacando aplicações que podem ser utilizadas nas áreas da saúde e da segurança pública. Após, o Vereador Carlos Comassetto formulou Requerimento verbal, solicitando a distribuição, aos Senhores Vereadores, de cópias das edições do Diário Oficial de Porto Alegre, de no 2.438, de trinta de dezembro de dois mil e quatro, e de nº 2.440, de três de janeiro de dois mil e cinco, que relacionam funcionários detentores de Cargos de Confiança, exonerados pelo atual Governo Municipal, tendo o Vereador Mario Fraga se manifestado sobre o assunto. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Sofia Cavedon criticou a proposta de criação de Cargos em Comissão pelo Governo Municipal, cobrando do Poder Executivo mais valorização do quadro de servidores públicos e sugerindo a nomeação de funcionários de carreira para as novas Funções Gratificadas. Ainda, elogiou a atuação desta Casa no processo eleitoral do Sindicato dos Municipários de Porto Alegre, recordando problemas ocorrido em eleições passadas nessa entidade. O Vereador Claudio Sebenelo contraditou o pronunciamento da Vereadora Sofia Cavedon, em Comunicação de Líder, argumentando que vários Cargos em Comissão foram criados durante o período em que o Partido dos Trabalhadores esteve no Governo Municipal. Também, discorreu acerca das notícias sobre o possível envolvimento do Ministro da Fazenda, Antonio Palocci, em atos ilícitos e protestou contra a quebra do sigilo bancário do Senhor Francenildo Santos Costa. O Vereador Ervino Besson referiu-se à realização de Seminário da Federação dos Empregados em Empresas de Asseio e Conservação do Rio Grande do Sul, questionando os motivos por que este Legislativo não foi convidado para a Frente Parlamentar de Apoio ao Cooperativismo e questionando o enfoque dado à questão do cooperativismo por essa Federação. Em relação ao assunto, enalteceu o trabalho desenvolvido pela Cooperativa Habitacional Geraldo Santana. A Vereadora Manuela d'Ávila homenageou o documentário “Falcão – Os meninos do Tráfico”, veiculado ontem à noite no Programa Fantástico, aplaudindo o enfoque dado por esse filme na influência do narcotráfico na vida de jovens brasileiros. Nesse contexto, asseverou que é necessária uma discussão em torno de alternativas para a população jovem de baixa renda no Brasil, realçando que grande parcela dos envolvidos com o narcotráfico morre antes de atingir a maioridade. O Vereador Ibsen Pinheiro comentou a consulta prévia realizada pelo Partido do Movimento Democrático Brasileiro, com o objetivo de escolher candidato para a eleição presidencial deste ano. Sobre o assunto, mostrou-se contrário à intervenção do Poder Judiciário nos assuntos internos do Partido, enfatizou o alto número de eleitores nessa consulta e cumprimentou os candidatos Germano Rigotto e Anthony Garotinho pela postura demonstrada durante as disputas para essa escolha. Em prosseguimento, o Senhor Presidente registrou o transcurso do aniversário, hoje, da Vereadora Clênia Maranhão, procedendo à entrega, em nome da Mesa Diretora, de um cartão de felicitações a Sua Excelência. A seguir, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em Votação, foi aprovado o Requerimento nº 028/06, por dezessete votos SIM e sete votos NÃO, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Raul Carrion, Claudio Sebenelo, Paulo Odone e João Antonio Dib, em votação nominal solicitada pelo Vereador Raul Carrion, tendo votado Sim os Vereadores Bernardino Vendruscolo, Claudio Sebenelo, Elói Guimarães, Ervino Besson, Haroldo de Souza, Ibsen Pinheiro, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Márcio Bins Ely, Mario Fraga, Maristela Meneghetti, Mônica Leal, Neuza Canabarro, Paulo Odone e Professor Garcia e Não os Vereadores Carlos Comassetto, Manuela d'Ávila, Maria Celeste, Maristela Maffei, Mauro Pinheiro, Raul Carrion e Sofia Cavedon e tendo apresentado Declaração de Voto, conjuntamente, os Vereadores Sofia Cavedon, Gerson Almeida, Maria Celeste, Carlos Comassetto e Mauro Pinheiro, pela Bancada do PT, e os Vereadores Raul Carrion, Manuela d'Ávila e Maristela Maffei. Em continuidade, em face de Questão de Ordem e manifestações formuladas pelo Vereador Ibsen Pinheiro, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca da ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia, tendo o Vereador Claudio Sebenelo se manifestado sobre o assunto. Após, foi aprovado Requerimento verbal de autoria da Vereadora Sofia Cavedon, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia. Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi rejeitado o Projeto de Lei do Legislativo nº 108/03, considerando-se mantido o Veto Total a ele aposto, por dois votos SIM e vinte e cinco votos NÃO, após ser discutido pelos Vereadores Raul Carrion, Clênia Maranhão, Adeli Sell e Maristela Maffei, tendo votado Sim os Vereadores Adeli Sell e Maristela Maffei e Não os Vereadores Aldacir Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Elias Vidal, Elói Guimarães, Ervino Besson, Haroldo de Souza, Ibsen Pinheiro, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Manuela d'Ávila, Márcio Bins Ely, Maria Celeste, Mario Fraga, Mônica Leal, Neuza Canabarro, Paulo Odone, Professor Garcia, Raul Carrion e Sofia Cavedon. Na oportunidade, os Vereadores Paulo Odone e Sofia Cavedon manifestaram-se acerca da votação do Projeto de Lei do Legislativo nº 108/03. Em prosseguimento, foi aprovado Requerimento de autoria do Vereador João Antonio Dib, solicitando votação em destaque para os artigos 8º e 42 do Projeto de Lei do Legislativo nº 124/05 (Processo nº 2662/05). Em Discussão Geral e Votação Nominal, esteve o Projeto de Lei do Legislativo nº 124/05, em sua parte vetada, com ressalva dos destaques requeridos, o qual, após ser discutido pelos Vereadores Manuela d'Ávila, Sofia Cavedon, Adeli Sell, João Antonio Dib e Márcio Bins Ely e encaminhado à votação pelos Vereadores Manuela d'Ávila, Márcio Bins Ely e Maria Celeste, teve sua votação suspensa. Na ocasião, foi votada a prorrogação dos trabalhos da presente Sessão, a qual obteve nove votos SIM, em votação nominal solicitada pela Vereadora Sofia Cavedon, tendo votado os Vereadores Alceu Brasinha, Clênia Maranhão, Ervino Besson, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, José Ismael Heinen, Márcio Bins Ely, Maristela Meneghetti e Valdir Caetano, votação esta declarada nula pelo Senhor Presidente, em face da inexistência de quórum deliberativo. Às dezoito horas e cinqüenta minutos, constatada a inexistência de quórum deliberativo, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelo Vereador Dr. Goulart e secretariados pelo Vereador Haroldo de Souza. Do que eu, Haroldo de Souza, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 

 


O SR. JOÃO CARLOS NEDEL (Requerimento): Sr. Presidente, eu gostaria de pedir um minuto de silêncio em homenagem a Carlos Eduardo de Sá, um jovem de 21 anos, que foi brutalmente assassinado na noite da última quinta-feira. Esse jovem era neto de um funcionário desta Casa, Walton Pontes Carpes.

 

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Deferimos o pedido.

 

(Faz-se um minuto de silêncio.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado, senhores e senhoras.

Passamos ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

O tempo que cedia a Verª Maria Celeste para o Ver. Haroldo de Souza, será encaminhado em outro momento. Agora, aproveitando os novos entendimentos e regras da reunião da Mesa, começaremos a nova forma do Grande Expediente.

Este Grande Expediente era designado ao Ver. Mario Fraga, que o cedeu ao Ver. Sebastião Melo, para apontar o transcurso do 10º aniversário do programa Espaço Aberto, da Rádio Guaíba, comandado pelo incrível jornalista, Armando Burd, um dos homens que os políticos, e os que querem se informar sobre política, procuram logo ao raiar do dia, pelas notícias competentes que nos traz. Tive a satisfação de ter sido colega de Armando Burd no antigo Colégio Israelita, quando era Instituto de Educação e Cultura, ao lado do Cine Baltimore. É uma pena que o Ver. Sebastião Melo não estava presente na nossa última reunião, pois apregoei bem no início que há novas regras neste tipo de solenidade. Mas, a pedido de todos os Vereadores, vou infringi-las, pela singularidade do ato. (Palmas.)

Convidamos para compor a Mesa o amigo Armando Burd; o Sr. Flávio Portela, Gerente jornalístico da Rádio Guaíba; o Sr. Airton Domingos Bernardoni, nosso companheiro de Partido, nosso amigo particular, representando o Conselho de Cidadãos Honorários de Porto Alegre; o Sr. José Antônio Belló, Presidente do Sindicato das Empresas de Asseio e Conservação do Estado do Rio Grande do Sul – Sindasseio.

Retomando o antigo modelo – espero que temporariamente – o Ver. Sebastião Melo, proponente desta homenagem, está com a palavra em Grande Expediente.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Prezado Presidente Goulart, primeiro quero dizer que após quase um mês, retorno a esta Casa. Retorno ao seu dia-a-dia, mas, com muita alegria, para fazer esta homenagem justa à nossa Rádio Guaíba, especialmente ao jornalista Armando Burd, ao seu programa Espaço Aberto. Portanto, quero saudar o jornalista Armando Burd. Boas-vindas à nossa Casa, tu és uma extensão desta Casa, porque no Espaço Aberto são tratadas diariamente as questões da cidade de Porto Alegre. Tu franqueias aos Vereadores de todos os Partidos a extensão dos seus mandatos, então o nosso cumprimento com muita alegria e muito carinho. Quero saudar também o Flávio Portela, que é o Gerente jornalístico da Rádio Guaíba, figura extraordinária; saudar o Sr. Airton Bernardoni, representante da Presidência do Conselho de Cidadãos de Porto Alegre. Obrigado, Airton. Quero saudar, também, o Sr. José Antonio Belló, Presidente do Sindicato das Empresas de Asseio e Conservação do Estado do Rio Grande do Sul.

Senhoras Vereadoras e Senhores Vereadores, na verdade, Armando, eu apenas subscrevi esta proposição, mas a considero como sendo do conjunto desta Casa, porque recebi, na medida em que fiz esta proposição, o aplauso de todos. Quero dizer que esses 10 anos, que começaram com o Walter Galvani, em que tu, desde a primeira hora, fizeste os comentários políticos, e depois assumiste o comando do Espaço Aberto, formaste o que considero um dos mais extraordinários programas de rádio. Sob o teu comando, Armando, sob a tua produção, de forma plural, é proporcionado que todas as correntes de pensamentos políticos, não-partidários, economistas, assuntos em geral, possam ser debatidos naquele espaço nobre das 13h às 14h15min, espaço que talvez seja único, porque neste horário a maioria das rádios estão ocupadas com um tema que também dominam muito - o futebol. Mas no Espaço Aberto, quantas vezes, nós, Vereadores, estamos tratando de questões do País, do Estado e também de nossa Cidade.

Percebo, Armando, já que tenho andado muito por este Rio Grande na condição de dirigente partidário, ao chegar lá na barranca do Uruguai e, não conhecendo todos os peemedebistas, que eles me conhecem pelo Jornal do Comércio, pelo Jornal Correio do Povo ou pela Rádio Guaíba - especialmente pela rádio -, e dizem: “Mas eu ouvi no programa do Armando falando sobre tal assunto e eu tenho opinião sobre esta matéria”. Mas se a gente sair da região celeiro e for para a fronteira oeste, Ver. Dib, é a mesma coisa; portanto é um programa que tem muita credibilidade, é um programa que trata de questões que dizem respeito à vida, ao dia-a-dia do cidadão. E mais, Armando, o teu jeito de jornalista não só fica no Espaço Aberto, quem quer se informar politicamente, lê a tua coluna no Jornal antes das 7h20min, quando já ouço teus comentários que começam na programação da manhã da Rádio Guaíba, que é um balizador do cenário político, não só local. E a coluna diária do Armando espelha um panorama político de toda a questão do nosso Brasil, do nosso Rio Grande e da nossa Cidade.

Quero dizer que, com muita honra, com muita alegria, divido esta homenagem por estes 10 anos do Espaço Aberto com meus colegas Vereadores desta Casa do Povo, pelo tanto que tens dedicado a esta Cidade. Quando esta Casa faz uma homenagem, na verdade é a população de Porto Alegre que reconhece em ti, Armando, o papel que cumpres em defesa das coisas desta Cidade. Quantas vezes tu abriste, abres e abrirás espaços para nós tratarmos do Centro da Cidade, do comércio informal, da questão envolvendo o IPTU, do Camelódromo, da questão da poluição do Guaíba, trazendo especialistas, oportunizando aos Vereadores, bem como a todos os representantes do Executivo, uma defesa do assunto apontando caminhos.

Eu não tenho dúvidas em afirmar, Ver. Garcia, que o Espaço Aberto é uma extensão também desta Casa, Ver. Comassetto. E de forma respeitosa, pode ser o PCdoB, pode ser o PFL, pode ser o PMDB, o Armando não faz discriminação, Ver. Nereu. Todos têm vez e têm o seu direito assegurado. Isso para mim é o verdadeiro jornalismo!

A Rádio Guaíba, do Complexo Correio do Povo, tem um papel na história do Rio Grande do Sul que jamais pode ser contada sem esse Complexo, e a Rádio Guaíba tem uma história belíssima, extraordinária, e dentro dessa história, com certeza, Armando, tu tens um capítulo extraordinário, como foi e é extraordinário o Galvani, que começou este Programa - merece o nosso aplauso. Mas tu aperfeiçoaste, indo para a esquina do Estúdio Cristal, desde 1999, onde as pessoas podem interagir quando nós estamos lá debatendo. E as pessoas passam na rua, seja pela Rua dos Andradas, ou pela Rua General Câmara ou pela Rua Caldas Júnior, ali param e ficam escutando, pela caixa de som, os debates.

Então, com muita alegria, Burd, com muito gosto mesmo, esta Casa está prestando essa singela homenagem, mas a sinalização desses 10 anos a um programa que cresce com a tua audiência e participação. Nós sentimos isso e significa que é um programa que tem muito conteúdo e que trata de coisa muito séria.

Portanto, Armando, recebe o nosso abraço em nome da nossa Bancada, em nome do companheiro Ver. Ibsen Pinheiro, em nome do Ver. Bernardino Vendruscolo, em nome do Ver. Haroldo de Souza, que é também teu companheiro da Rádio Guaíba, nosso sincero abraço e a certeza de que tens prestado, ao longo dessa caminhada, e prestarás por muitos e muitos anos, o serviço insubstituível, que é de fazer jornalismo com decência, com coerência, com transparência, mas, acima de tudo, buscando a verdade e a luta da cidadania.

 

O Sr. Carlos Comassetto: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Sebastião Melo, em nome do Partido dos Trabalhadores, eu gostaria de cumprimentá-lo pela iniciativa de trazer aqui, ao panorama político, o jornalista Armando Burd, que contribui diariamente, como uma extensão desta Casa, na afirmação dos debates, das contradições, e, o mais importante e essencial: na qualidade que tem de, muitas vezes, com três ou quatro palavras, pautar uma grande discussão política na Cidade. Cumprimentos em nome do Partido dos Trabalhadores. Muito obrigado.

 

O Sr. Raul Carrion: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Exmo. Ver. Sebastião Melo, um abraço a toda Mesa aqui representada. Quero parabenizar em meu nome e em nome da Verª Manuela d’Ávila, portanto, da Bancada do PCdoB, a sua iniciativa de festejar os dez anos do Espaço Aberto, como já foi dito, um programa sério, polêmico e importante na nossa Cidade, que é referência para o mundo político, além da coluna do Burd, por todos nós lida de manhã cedo, para saber das últimas novidades na política nacional, estadual e municipal. Parabéns e longa vida ao Espaço Aberto.

 

O Sr. Elói Guimarães: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Sebastião Melo, um aparte aV. Exª para que possamos, em síntese, saudar aqui a efeméride, o 10º aniversário desse grande programa de qualidade, que carrega toda uma seriedade na condução dessa figura do jornalismo gaúcho, do qual tive a honra de ser colega na histórica e tradicional Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Então, queremos, em nome do Partido Trabalhista Brasileiro, saudar o programa Espaço Aberto, da Rádio Guaíba, e, em especial, o Armando, que dá aquela tônica de um programa propositivo, de um programa que examina os fatos, debate as questões, enfim, qualifica a notícia por meio do contraditório democrático. Portanto, recebam aqui, o Portela e de resto os integrantes da Rádio Guaíba, os participantes do Programa, as nossas homenagens do PTB.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Muito obrigado, Ver. Elói Guimarães.

 

O Sr. Professor Garcia: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Sebastião Melo, queremos parabenizá-lo por esta iniciativa. Quero saudar o Armando Burd, o Portela, o Airton e dizer que o Programa do Burd tem uma característica: primeiro, os convidados ficam totalmente à vontade - e sou testemunha disso -, segundo, quando vamos para o Programa, não sabemos quais os temas vamos discutir. Mas aprendi muito contigo, Burd, ao saber que um político tem de ter cada vez mais posição. E o teu Programa permite isso, porque temos de nos posicionar. E temos uma resposta imediata, porque, ao sairmos do Programa, já temos uma interlocução com os ouvintes, pois já fui criticado e já recebi elogios. Mas quero dizer que a tua interação com a rádio, com o jornal, faz com que esta Casa tenha grandes guerras - boas guerras - na dialética, em função de uma ou duas frases que tu colocas no jornal e que, depois, são transmitidas no rádio.

Então, da forma mais carinhosa, quero te agradecer pela oportunidade que nós, Vereadores, temos, mas, principalmente, o povo do Rio Grande do Sul, de saber o que os políticos pensam sobre os temas mais atuais do dia-a-dia. Então, parabéns. Continue cada vez mais com essa tua trajetória.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Concedo ao Ver. Nereu D’Avila, Líder da Bancada do PDT, também, um aparte.

 

O Sr. Nereu D’Avila: Prezado Ver. Sebastião Melo, primeiramente, também quero me congratular com V. Exª não só pela feliz iniciativa dos 10 anos do programa Espaço Aberto, comemorados por esta Casa, mas quero saudar os nossos visitantes que, com muita honra, recebemos hoje, Presidente Dr. Goulart.

Eu até ia usar a Liderança, Burd, mas o Ver. Sebastião Melo fez uma síntese quase completa; então, para não ser repetitivo, quero, em nome da Bancada do PDT, dizer apenas duas coisas, uma delas V. Exª disse; a outra eu quero ressaltar: o que V. Exª, com muita precisão, acentua é sobre a pluralidade do Programa. Efetivamente, é uma pluralidade que abrange não só autoridades municipais, estaduais, federais, do âmbito do Judiciário e, principalmente, dos Legislativos, mas a pluralidade de debates das mais variadas facetas dos problemas da sociedade gaúcha e até brasileira. Mas o que eu gostaria, finalmente, de registrar, e pediria ao Portela que levasse à Direção do sistema Guaíba/Correio do Povo – isso V. Exª esqueceu, caro Ver. Sebastião Melo - é que nenhum programa, em nenhuma rádio, prestigia tanto a Câmara de Porto Alegre quanto o programa do jornalista Armando Burd, da Rádio Guaíba, às 13 horas, todos os dias. Então, eu tomaria essa liberdade, Presidente Goulart, e pediria que o Portela levasse à Direção da Rádio Guaíba e do sistema Correio do Povo que a Câmara não se desapercebeu de que é extremamente prestigiada pela presença de Vereadores de todas as Bancadas nos debates que a Cidade já se acostumou de ter no programa do brilhante jornalista Armando Burd. Obrigado pelo aparte, Ver. Sebastião Melo.

 

O Sr. José Ismael Heinen: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Muito agradecido e parabéns, nobre Ver. Sebastião Melo. É com uma grande honra, com um grande prazer, jornalista Armando Burd, que fala aqui um que ainda não teve a honra de estar presente em seu programa, mas um dia espero aprender com suas idéias.

Eu quero, em nome do Partido da Frente Liberal, em nome da liberal democracia, como um ouvinte, como um leitor de sua coluna, dizer o quanto é precioso para uma democracia ter imprensa livre e, principalmente, jornalistas de sua têmpera, porque só assim nós teremos uma democracia justa e honesta, a que nós todos almejamos. Parabéns à Rádio Guaíba, pelo profissional, pelo programa, e também ao Correio, já que eu também sou um leitor e, principalmente, de Airton Bernardoni, que eu costumava ver ali prejudicar o meu Internacional! Muito obrigado, Ver. Sebastião Melo.

 

O Sr. Claudio Sebenelo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Sebastião Melo, eu quero me dirigir especialmente ao jornalista Armando Burd, por quem, além de um querido amigo, tenho admiração por dois motivos: primeiro, ele, como ser humano, tem uma capacidade de trabalho invejável; entre seis e sete horas da manhã, ele já está na Rádio falando, eu o ouço, é audiência obrigatória; no jornal, com toda aquela quantidade de informações políticas, mas principalmente com uma coluna em que tem, além de tudo, talento, credibilidade, mas, principalmente, senso de humor. Às vezes, eu dou gostosas gargalhadas de manhã. E, por fim, quando chega o fim da noite, ele está na televisão, falando todos os dias. Então, ele é um fantástico factótum, e, além de tudo, ele é uma das grandes imagens do Correio do Povo e se identifica com a história e com a vida do Correio do Povo, especialmente por um motivo, talvez o maior deles, porque ele, talvez, seja o jornalista de mais credibilidade em Porto Alegre. É isso. Um grande abraço, Armando.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Vereador, nós saudamos a iniciativa de V. Exª, mas o nosso carinho pelo Armando Burd, pelo Espaço Aberto e pela Rádio Guaíba é tão grande que a nossa colega, Mônica Leal, que é jornalista, usará o tempo de Liderança para dizer do nosso carinho e dos nossos sentimentos. Saúde e PAZ!

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Portanto finalizo, Armando, dizendo parabéns a ti, parabéns à Direção da Rádio; quero que transmitas um abraço a todos os produtores, a todos os jornalistas e dizer que esta Casa faz uma justíssima homenagem a quem tanto tem contribuído para que esta Cidade seja a nossa querida Porto Alegre, cada vez mais qualificada, amada, admirada por todos nós. O teu papel tem sido fantástico nessa caminhada. Então, mais uma vez, parabéns, e que o Espaço Aberto continue sendo isto que é, uma boa luta, uma caminhada e de forma plural, divulgando idéias, fazendo o contraditório e construindo um Brasil melhor, um Rio Grande melhor e uma Cidade melhor para todos nós. Parabéns e um grande abraço. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): A Verª Mônica Leal está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. MÔNICA LEAL: Sr. Presidente, Ver. Dr. Goulart; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, Ver. Sebastião Melo, proponente desta homenagem, jornalista Armando Burd e demais convidados já citados, em nome do Partido Progressista, dos meus colegas Vereadores João Carlos Nedel e João Antonio Dib, Líder da Bancada, ocupo, com muito orgulho, este espaço, hoje, manifestando minha satisfação em poder contribuir com esta homenagem ao programa Espaço Aberto da Rádio Guaíba, tão bem comandado pelo Burd – assim que o chamam – e que está completando 10 anos. Um fato merecedor de registro é que o nosso Ver. Dib faz parte da história do Espaço Aberto, tendo sido convidado no primeiro programa e está aqui hoje para prestigiar esta homenagem.

A audição do seu programa Espaço Aberto é obrigatória para quem precisa se informar e estar a par dos processos políticos, econômicos e sociais da nossa Cidade, Estado e País e para entender e acompanhar melhor os fatos e notícias do dia, já que o jornalista Armando Burd trabalha com os assuntos de capa e conteúdos importantes dos principais jornais do Brasil, levantando as notícias “fresquinhas”, na nascente do problema, na controvérsia, tendo presentes em seu estúdio políticos, magistrados, economistas, empresários, profissionais liberais e um repórter com intervenções diretamente de Brasília, para análise e debates sobre esses temas de interesse público.

Sempre admirei muito este jornalista, pois ele realiza um trabalho diferenciado e muito sério, que prima pelo equilíbrio na escolha dos convidados. Um Vereador em primeiro mandato ao lado de um ex-Governador, por exemplo.

Muito mais do que radialista, editor de política e colunista do jornal Correio do Povo, penso que Armando Burd é um articulador de atualidades, um proponente incansável de pautas importantes e indispensáveis para a compreensão da sociedade e um mantenedor dos diálogos necessários para a construção de um Brasil melhor. Se os problemas que nos afligem e os entraves que se apresentam ao povo a cada dia, causados pelo andamento da política, pelo ranço da burocracia, pelas injustiças ou por descasos, não forem debatidos até a exaustão, nunca chegaremos a ter um papel importante e decisivo para o progresso da nossa sociedade.

Um aspecto que eu gostaria de mencionar é a forma com que o programa Espaço Aberto é transmitido: diretamente do Estúdio Cristal, localizado na esquina da Rua dos Andradas com a Rua Caldas Júnior, endereço tão tradicional de Porto Alegre, que devido à importância do prédio da centenária companhia Caldas Júnior e do Museu Social Hipólito José da Costa ganhou o nome de Esquina da Comunicação. E é ali, na Esquina da Comunicação, no estúdio cercado por vidros e com caixas de som que podem ser ouvidas da calçada, que os transeuntes do Centro da Capital podem desfrutar da presença de debatedores importantes e de personalidades conhecidas e participar in loco, se integrando, aprovando ou até mesmo reprovando, com gestos e manifestações, os temas ali discutidos.

Quero agradecer ao jornalista Armando Burd pela oportunidade que ele dá a todos nós, Vereadores desta Casa, há 10 anos, por podermos contar com esse espaço, aberto também para o mundo, que coloca os gaúchos numa vitrine que representa a essência da sociedade e que expõe seus anseios e conquistas. Parabéns a nós, porto-alegrenses, que temos um programa que faz a diferença em nosso dia-a-dia. Obrigada. (Palmas.)

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Convido o Ver. Sebastião Melo a proceder a entrega do Diploma ao jornalista Armando Burd para que se lembre desta homenagem da Câmara de Vereadores.

 

(Procede-se à entrega do Diploma.) (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O jornalista Armando Burd está com a palavra.

 

O SR. ARMANDO BURD: Exmo Sr. Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, Ver. Dr. Goulart, colega de primário na Escola Educação e Cultura, no bairro Bom Fim, sobrinho da Professora Mariôn, que nos alfabetizou; Ver. Sebastião Melo, proponente desta homenagem; Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras; senhoras e senhores, sou grato à Câmara Municipal de Porto Alegre.

Aqui comecei a carreira de repórter, aqui tive o aprendizado sobre o zelo na administração pública, aqui conheci, como Vereadores, os líderes comunitários José Aloísio Filho e Carlos Pessoa de Brum; o jornalista Say Marques, a quem Porto Alegre deve a Feira do Livro; os líderes sindicais José César Mesquita e Adel Carvalho, de orientações políticas bem diversas, mas de um convívio civilizado; o professor Revorêdo Ribeiro; o advogado Alceu Collares; o radialista Rubens Alcântara; o médico Alfeu Barcellos; os atletas Milton Kuelle e Larry Pinto Faria; Milton Pozzolo de Oliveira; Sommer Azambuja; Abio Hervê; Mendes Ribeiro, que renunciou o mandato ao retornar da Copa do Mundo da Inglaterra, em 1966, solidarizando-se com o Deputado Estadual Cândido Norberto que havia sido cassado pelo Regime Militar.

Na Câmara Municipal de Porto Alegre, convivi e aprendi com repórteres experientes, como Sepé Tiaraju Matzembacker, do Diário de Notícias; Clóvis Mezomo, da Rádio Farroupilha; Edson Capp, da Rádio Gaúcha; Elcyr Silveira, da Rádio Guaíba e do Correio do Povo. Todos nós nos encontrávamos, diariamente, no 14ª andar do edifício da Prefeitura Nova, eu era o novato e aos poucos fui tomando conhecimento da política e da Cidade, graças, também, ao coleguismo e à generosidade deles.

Sou grato à Câmara de hoje, que homenageia o Espaço Aberto. Falo em nome dos produtores do programa, Rodrigo Rodenbush e Faiane Cristaldo, responsáveis pelos convites aos participantes do programa; falo em nome do coordenador de produção da Rádio, Sílvio Almeida; do gerente de jornalismo, Flávio Portella, aqui presente; falo em nome do repórter Fábio Marçal, com intervenções diárias diretamente de Brasília; falo também em nome dos colegas da área técnica; na central, Danilo Gomes, Fabrício Carvalho, Carlos Roberto Pereira, José Bittencourt, Kleber Mendes, Eloí Lopes, Luiz Alberto Barbosa; na mesa de áudio, no 2º andar do edifício-sede da Rádio Guaíba, Amilson Silva, Daniel Zulko, Jefferson Gomes, Vladimir Fontoura e Marco Aurélio Pacheco, e na Coordenação da Central Técnica, Anderson Almeida.

Eles são sucessores de um novo parâmetro criado pelo engenheiro Homero Simon, que os Vereadores João Dib e Claudio Sebenelo conheceram muito bem. A Rádio Guaíba criou também estilo em outras áreas, como a do radiojornalismo. Foi a primeira emissora do País a vincular o Departamento de Notícias a dois jornais: o Correio do Povo e a Folha da Tarde. Não eram mais lidas notícias recortadas do dia anterior, mas eram transmitidas com a instantaneidade dos acontecimentos por uma equipe de repórteres e redatores. Lembro e homenageio aqui Erasmo Nascente como o primeiro e zeloso chefe do Departamento de Notícias da Rádio Guaíba.

A Guaíba se notabilizou pelo padrão dos seus locutores - foi outra inovação -, quadro hoje composto por Vladimir Oliveira, Paulo Amauri, Ruy Strelow, Mário Mazeron e Milton Jung (a Voz do Rádio).

Relembro e homenageio Enio Berwanger e James Boccacio.

A Rádio Guaíba sempre se distinguiu pelo padrão musical, que hoje se estende à Guaíba FM, com a qualidade da seleção, até hoje feita desde a sua inauguração por Fernando Veronese.

Relembro outro inovador, que foi Osmar Meletti.

Refiro-me ainda à equipe de Esportes, sob a chefia de Luiz Carlos Reche, para homenagear Mendes Ribeiro e Pedro Carneiro Pereira.

Em 1958, os repórteres de outras emissoras de rádio que estavam na Suécia surpreenderam-se com o trabalho da Guaíba. As outras emissoras enviavam dois, no máximo três boletins diários; a Guaíba não fechava os seus microfones, mantendo os ouvintes - apesar da precariedade das comunicações daquela época - permanentemente informados. Isso estabeleceu mudança nas emissoras de São Paulo, Rio, Belo Horizonte e Recife. Viram, gostaram e assimilaram o estilo.

A Guaíba inovou, criando o Estúdio Cristal, na esquina da Rua Andradas com a Rua Caldas Júnior; estúdio pioneiro na América Latina, com similar apenas em Chicago. Por iniciativa do Ver. Claudio Sebenelo e como reconhecimento desta Câmara, por meio de Lei, tornou-se a Esquina da Comunicação de Porto Alegre. De um lado, a sede do sistema Guaíba/Correio do Povo; do outro, o Museu de Comunicação Social Hipólito José da Costa, no mesmo prédio onde Júlio de Castilhos dirigiu o jornal A Federação.

Por fim, agradeço, mais uma vez, também em nome do Diretor Carlos Alberto Bastos Ribeiro, a generosidade, a gentileza dessa homenagem da Câmara. Juntamente com a homenagem, a reafirmação do compromisso da Rádio Guaíba com todos os segmentos da sociedade rio-grandense; o compromisso de servir e na busca do bem comum, como ocorre desde 30 de abril de 1957. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. Paulo Odone está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. PAULO ODONE: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, jornalista Armando Burd, ilustre jornalista político, cultural, geral, que nos honra nesta Câmara. Quero, primeiro, cumprimentar a iniciativa do Ver. Sebastião Melo e dizer, Sr. Presidente e Sr. Armando Burd, que pedi o tempo de Liderança do meu Partido, o PPS, para, a tempo, fazer, em caráter pessoal, essa manifestação, porque é comum nos Parlamentos nós homenagearmos e comemorarmos aniversários de programas, aniversários de emissoras, de órgãos da mídia, nós convivemos com isso sempre. Esses momentos nos permitem sempre, mais do que fazer homenagem, fazer elogios; permitem sempre fazer uma reflexão política da nossa vida. E eu quero dar o meu depoimento pessoal, além de expressar o reconhecimento do meu Partido.

Armando Burd não é só o sujeito, o protagonista da maior parte dos programas que ele aqui nos cita, da sua atividade na Guaíba, no jornal Correio do Povo. Armando Burd é um daqueles jornalistas que dão vida fértil à atividade política. Não existe Parlamento sem que tenha espaço político para o bom, rico e produtivo debate. Não existe bom espaço político garantido se não houver a personalidade com a altura, com a grandeza capaz de assegurar o bom equilíbrio desses debates, a correta neutralidade e, ao mesmo tempo, ter postura das suas idéias quando se precisa. E eu quero dar o meu depoimento: tive atribulações imensas no passado, o Burd sabe disso, com o jornal Correio do Povo, com a Caldas Júnior, por questões outras que, graças a Deus, estão vencidas no nosso ambiente político do Rio Grande do Sul, mas, na época, foi muito dura, de muito maniqueísmo; houve momentos muito duros. Eu vou fazer um strip-tease: eu fui, em conseqüência de posicionamentos do Governador, censurado na Caldas Júnior, foi vedada a minha aparição, a minha palavra, num certo momento; leitura de posicionamento nosso, num momento duro político. Graças a Deus parece que estamos superando isso. Mas, mesmo lá nos maus momentos, havia uma palavra, uma pessoa a interceder para que se superasse o mais rápido possível aquilo tudo: Armando Burd.

Eu precisava dar esse depoimento, porque ele não tinha nenhuma razão para se mover nesse sentido, a não ser a razão da sua postura de jornalista, da sua consciência política, de sua grandeza, de que política se faz com bom debate, garantido espaço político equilibrado a todos os protagonistas e personagens desse cenário.

Por isso, Armando Burd, quando se homenageia, aqui, o aniversário do programa Espaço Aberto, não se homenageia apenas uma data, um programa que está completando mais 365 dias, mas um espaço dedicado à vida política, o que faz de pai dos Parlamentos, em especial, porque eles não têm as ações executivas que se revelam, na prática, em obras concretas, mas em obras políticas que só podem ser levadas ao julgamento da população através dessa abertura da mídia, garantindo esse espírito de grandeza que você, jornalista Armando Burd, deixou marcado na história do jornalismo gaúcho.

Por isso, senhores, eu fiz questão de usar o tempo do meu Partido, porque queria dar esse depoimento. Todos os programas em que o Burd participa, de uma maneira ou de outra, sempre um de nós haverá de encontrar um nicho, um momento, um espaço, para que possamos colocar as nossas posições, as nossas idéias políticas, e enfrentarmos o bom debate. Isso não é pouco, isso é tudo o que nós precisamos, isso é tudo pelo que a democracia clama, e quando se vive momentos, às vezes, muito difíceis na vida política, e o Rio Grande irredentista, o Rio Grande radical, onde tudo é vermelho ou azul, é gremista ou colorado, é maragato ou chimango, esse Rio Grande que, às vezes, é duro e perverso, os personagens políticos precisam, às vezes, ter alguém que tenha a grandeza de saber - e assim o fez, em momentos históricos - como conciliar, como harmonizar os espaços, como construir a boa política da superação. Por isso, a minha questão de vir aqui louvar alguém que, sem necessidade nenhuma de elogio, tem sido um guardião desse nicho, desse espaço, um bom construtor do processo democrático. Burd, siga assim na sua luta. Nós, políticos, parlamentares, precisamos desses espaços que a Guaíba, que a Caldas Júnior, mas principalmente que você, como bom operador e articulador disso tudo, sempre tem feito. Parabéns, longa vida, Burd, e muito obrigado pelo que tu tens dado ao Rio Grande.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Senhores e senhoras, suspenderemos os trabalhos para as despedidas ao nosso ilustre homenageado e seus dignos acompanhantes.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 15h05min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart - 15h10min): Estão reabertos os trabalhos.

 

Apregoamos que a Verª Manuela d’Ávila estará representando esta Casa na Conferência Nacional da Juventude, a realizar-se nos dias 29 e 30 de março de 2006, na cidade de Brasília, DF.

Apregoamos que a Verª Maristela Maffei estará representando esta Casa na cerimônia de apresentação da Proposta Alternativa ao Esgotamento da Ponte do Guaíba a ser realizada no dia 20 de março, às 14h30min.

Apregoamos que o Ver. Mario Fraga estará representando esta Casa no II Encontro de Secretários Municipais de Esportes a ser realizado no dia 27 de março de 2006.

Apregoamos que o Ver. Márcio Bins Ely estará representando esta Casa no Fórum RS na Rota dos Investimentos a ser realizado no dia 22 de março de 2006.

Apregoamos que a Verª Maristela Maffei estará representando esta Casa no Fórum Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de Porto Alegre a ser realizado no dia 23 de março de 2006.

Apregoamos que o Ver. João Carlos Nedel estará representando esta Casa na Cerimônia de Comemoração dos 45 anos da Fundação Faculdade Federal de Ciências Médicas de Porto Alegre - a nossa antiga Faculdade Católica de Medicina – a ser realizada no dia 22 de março de 2006.

Apregoamos o Requerimento nº 40, de autoria do Ver. Luiz Braz, que requer a instauração de processo disciplinar, em decorrência dos fatos ocorridos na 9ª Sessão Ordinária, no dia 13 de março de 2006, contra os Vereadores Carlos Comassetto e Raul Carrion.

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN (Requerimento): Sr. Presidente, solicito um minuto de silêncio pelo falecimento da mãe do ex-Vereador e hoje Deputado Estadual Paulo Brum, Dona Olina Pinto de Brum. O seu enterro será hoje no Cemitério João XXIII, às 17 horas.

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Deferimos o pedido. Acrescento, também, a essa homenagem post-mortem, o nome do nosso funcionário Mauro Pinto Soares, recentemente falecido.

 

(Faz-se um minuto de silêncio.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Muito obrigado, senhores.

É bem verdade que o Programa Espaço Aberto, do radialista Burd, nos dá invejáveis momentos, mas não podemos nos esquecer também do Programa da TV Pampa, O Terceiro Milênio, do nosso amigo Orlandini, que também tem dado bastante espaço aos Vereadores desta Casa.

Informo que acabo de receber a justificativa de ausência, para o final da tarde, da Verª Neuza Canabarro.

A Verª Maria Celeste reiniciaria o período de Grande Expediente. (Pausa.)

O Ver. Haroldo de Souza, que a substituiria, solicita que o período de Grande Expediente seja realizado em outro momento.

Lembro aos Vereadores, principalmente às Lideranças, que, na próxima reunião de Liderança, conversaremos a respeito dos encaminhamentos das próximas homenagens no período de Grande Expediente, para tomarmos uma posição definitiva sobre o assunto. Hoje, devido à solicitação de Lideranças, nós voltamos ao modelo antigo, que, por determinação das Lideranças, deverá ser modificado.

Passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

O nosso nobre e querido Ver. Elói Guimarães está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, nós queremos, aproveitando esse espaço, fazer uma saudação ao PMDB, ao PMDB do Rio Grande do Sul, que levanta a bandeira da libertação partidária. Há verdadeiros cartórios e grupos que se formam dentro dos Partidos políticos e que estão nesses Partidos políticos para fazer negócios; tão-somente para fazer negócios com o poder.

E o PMDB do Rio Grande do Sul, através do eminente Governador do Estado do Rio Grande do Sul, Governador Germano Rigotto, levantou a bandeira, juntamente com o ex-Governador do Rio de Janeiro, o Garotinho, no sentido de democratizar a indicação de candidaturas dentro do PMDB e, se possível, lançar o seu candidato, escolhido pelas formas mais democráticas.

E, nesse sentido, o Governador Germano Rigotto saiu pelo Brasil e, efetivamente, em pouco tempo, conseguiu reunir o maior número de votos nas prévias realizadas pelo PMDB. Embora o critério estabelecido - os pesos por Estado, etc. - tenha determinado a vitória do ex-Governador do Rio de Janeiro - o Garotinho -, o Governador Germano Rigotto, como homem de bem, aceitou o critério.

Mas, de qualquer forma, ficou a grande cruzada, o grande trabalho, a grande bandeira do PMDB, mostrando ao País que os setores conseqüentes, os setores lúcidos, os setores democráticos do PMDB resistem ao avanço do poder.

Quando nós assistimos concretamente a aliança do Presidente da República e do seu Governo com o grupo do Sarney, vemos que é algo quase que inimaginável, Ver. Haroldo de Souza, que o Governo esteja articulado, unido, com setores retrógrados, do ponto de vista ideológico, e comprometido, do ponto de vista da ética, para não permitir que um Partido político tenha o seu candidato. O Governo da República tem interferido em diversas áreas. Isso é muito grave! Está aí o Judiciário! Eu não me lembro, até mesmo na época da ditadura, de termos um Judiciário tão dócil, tão domesticado a serviço do rei. Só que “o rei está nu”, Ver. Haroldo de Souza. “O rei está nu!” Os acontecimentos que vêm se dando, a corrupção que se arrasta neste País é uma coisa extraordinária! Noutro dia, ocorreu um fato grave, gravíssimo: violou-se a conta bancária de um trabalhador, de um operário, daquele caseiro da famosa mansão dos encontros para distribuição de dinheiro e festas da República! Nós estamos vivendo uma situação muito grave!

Então, eu quero cumprimentar, aqui, em especial, o PMDB do Rio Grande do Sul, as suas Lideranças, o Senador Pedro Simon, o Governador Germano Rigotto, pela bandeira que levantaram: de independência, de autonomia deste bom PMDB, que é o PMDB do Rio Grande do Sul. Obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Muito obrigado, Excelência.

Apregoamos a Licença para Tratamento de Saúde da Verª Margarete Moraes, para o dia de hoje, e a assunção ao cargo do Suplente, Ver. Mauro Pinheiro, já empossado.

O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exmo Sr. Presidente desta Casa, nobres colegas Vereadoras e Vereadores, eu gostaria de dizer muita coisa, mas, hoje, especialmente, como Líder da Bancada do Partido da Frente Liberal, eu gostaria de registrar, nesta Casa, Sr. Presidente, as comemorações atinentes à Semana de Porto Alegre. Já tivemos comemorações, neste final de semana, e eu gostaria de trazer, em nome do nosso Partido, o Partido da Frente Liberal, uma singela homenagem à nossa Cidade. Então, eu pediria vênia a V. Exª para ouvirmos a homenagem que o nosso Partido oferece ao aniversário da Cidade.

 

(Ouve-se comemoração do Partido da Frente Liberal ao aniversário da Cidade.)

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Sr. Presidente, muito obrigado. Eu acredito que muitas homenagens Porto Alegre há de merecer e ter nesta semana. Esta é a homenagem do Partido da Frente Liberal. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB (Requerimento): Sr. Presidente, eu solicito, em razão do art. 229 do Regimento, que dá a finalidade da utilização da Comunicação de Líder, que V. Exª consulte a Comissão de Justiça - já há um Parecer - pois Comunicação de Liderança é um assunto inadiável e urgente e deve ser comunicada ao Presidente, que dará tempo para a Comunicação ou não. Peço que a Diretoria Legislativa procure o Parecer da Comissão de Justiça e o entregue a Vossa Excelência. Senão, nós vamos muito mal. Saúde e PAZ!

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado. Acolhemos o Requerimento de Vossa Excelência.

A Verª Maristela Maffei está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Ausente. A Verª Mônica Leal está com a palavra em Comunicações.

 

A SRA. MÔNICA LEAL: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores, mais uma vez utilizo o tempo de Comunicações para falar de um tema de interesse de todos nós porto-alegrenses, e que, nos últimos tempos, vem nos preocupando, que são as pichações que tomam conta, pouco a pouco, da cidade de Porto Alegre, correndo-se o risco de perdermos a história da Capital dos gaúchos.

Fico feliz que a imprensa tenha abraçado esta causa, dando espaço em suas páginas para falar do excesso das pichações, em nossa Cidade, em reportagens com manifestações de moradores que têm seus bens pichados, de comunidades que se organizam contra o vandalismo e também dos restauradores que se empenham na limpeza e conservação dos monumentos. Vemos reportagens sobre o esforço de cidadãos para manterem limpos seus muros e fachadas, empenhados em achar uma solução para o problema, já que sabem que as ações ocorrem em Porto Alegre a qualquer hora e em qualquer lugar, não sendo, na maioria das vezes, coibidas.

Se providências particulares já estão sendo tomadas, é sinal de que a população não agüenta mais e não ficará de braços cruzados frente a este problema que todos assistimos. Condomínios e escolas se organizam com avisos em placas e até faixas pedindo respeito ao patrimônio, e tentam fazer acordos - vejam bem! - com os pichadores. Um dia desses vimos, numa matéria do jornal Zero Hora, uma plaquinha onde a síndica tentava negociar com o pichador para que este não voltasse a danificar, a estragar, a destruir aquela parede. Vejam o cúmulo a que chegamos! A síndica coloca: “Por favor, senhor pichador, não estrague esta parede. Se assim o fizer, poderei recompensá-lo”. É um absurdo uma coisa dessas, mas é o que vem acontecendo, e, geralmente, não existe a sensibilização, porque são vândalos, e os vândalos estão ali com o intuito de destruir.

Às vezes, uma nova pintura num muro de uma escola, que é conseguida com grande sacrifício, com arrecadação de verbas, não dura nem 24 horas, causando decepção e frustração às pessoas que se empenharam naquilo. E, o que é pior, passando uma sensação de desesperança para aquelas crianças que estão ali para aprender, para cuidar do patrimônio.

O meu papel de Vereadora da cidade de Porto Alegre, além de legislar e fiscalizar ações do Município, é também encaminhar idéias e solicitações aos órgãos públicos para que visem ao bem-estar da comunidade da nossa Cidade. Assim, propus a implantação do Disque-Pichação, medida que inclui a denúncia, o flagrante e o enquadramento do pichador em ação, pois estava atenta ao fato de que a situação chegaria a um limite de que só uma resposta poderia ser dada: a punição. Muitas reuniões semanais ocorreram para que o Disque-Pichação pudesse ser efetivado. Foram exaustivamente debatidas questões sobre a formalização de um termo de cooperação entre entidades publicas, a criação de um manual explicativo sobre como e para quem apresentar essas denúncias e os procedimentos em relação à detenção e punição dos envolvidos.

A Segurança Municipal dos Direitos Humanos e Segurança Urbana, que encampa este Projeto, planeja o funcionamento do Disque-Pichação para abril. E, em breve, será firmado o termo de cooperação e definidas as atribuições dos órgãos envolvidos, entre eles a Câmara de Vereadores, o Ministério Público, a Polícia Civil e a SMAM.

Eu gostaria de deixar registrado que este é um momento em que todos nós, Vereadores e cidadãos de Porto Alegre, estamos esperançosos de que essa linha, o Disque-Pichação, seja logo implantada e possa oferecer ao cidadão o direito que ele tem de ver o seu patrimônio, tanto privado quanto o seu bem público, preservados da ação dos vândalos e baderneiros. Obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado, Verª Mônica.

O Ver. Nereu D’Avila está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. NEREU D’AVILA: Eminente Presidente desta Casa, Ver. Dr. Goulart; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, lembro do verão de 1997, quando nós tomávamos posse, os que foram eleitos em 1996, e logo após a posse, durante três meses, a mídia debateu um Projeto de autoria deste Vereador para o fechamento do Parque da Redenção, do Parque Farroupilha. Isso foi em janeiro, fevereiro e março de 1997. Houve amplas reportagens, inclusive com a gravação no Jornal do Almoço. O Ver. Gerson Almeida, à época, era também Secretário do Meio Ambiente e este Vereador, estava ao vivo, no Jornal do Almoço, e debatemos sobre o Parque Farroupilha, naquela oportunidade.

Hoje, por exemplo, o jornalista Paulo Sant’Ana volta ao assunto, enfocando o Projeto do Ver. Ibsen Pinheiro a respeito do plebiscito.

Já me manifestei, reitero que não foi uma boa idéia do Ver. Professor Garcia, ao apagar das luzes do ano de 2004, já perto do Natal, com esta Casa no ensejo do seu encerramento, perto do dia 15 de dezembro, colocar em votação a alteração da Lei Complementar nº 012/75, ensejando que ali fosse colocado o plebiscito, porque o plebiscito pode ser vendido como algo democrático, mas, na verdade, ele mais está para o lado do democratismo. Por quê? Porque ele está envolvendo e tratando do todo, quando, na verdade, nós temos que tratar das partes.

Corre na Cidade que a Prefeitura, o Executivo, até gostaria de cercar o Parque Marinha do Brasil, que, em parte, já tem algum cercamento de algumas quadras de esportes. Pois bem, então, o Executivo tinha vontade de cercar, e essa seria uma atribuição específica do Executivo, que é eleito para assumir responsabilidades com a sua população! Então, com esse plebiscito, não só o Executivo é surrupiado das suas atribuições, como esta Câmara também deixa de legislar a respeito de coisas precipuamente de seu interesse, do seu mais real interesse, como esse assunto diretamente ligado à população! Transfere-se para um plebiscito, que vai englobar todas as praças e parques acima de 50 mil metros quadrados, acima de 5 hectares. Pode parecer democrático - entre aspas -, mas, no meu entendimento, não é, porque essas matérias têm de ficar ao alvedrio do Poder Executivo, são de sua essência essas decisões! Assim foi em São Paulo, assim foi em Belo Horizonte, assim foi em Brasília, assim foi em Madrid, assim foi em todos os lugares do mundo, em Paris e em outros, o cercamento dos parques. De modo que o que traz de bom o Projeto do Ver. Ibsen Pinheiro é reviver esta discussão, que é muito importante.

Outro dia, escutei aqui diversos pronunciamentos, muitos de paixão, outros com aquele caudilhismo do Rio Grande do Sul, que tem de ser tudo aberto, confundindo com campo aberto - revolução que já foi do século passado - com outras coisas, com modernismo e, infelizmente, com a falta de segurança dos parques que são levados ao fechamento! Muitas hipocrisias foram ensejadas em pronunciamentos, com muitas contradições de raciocínio! Para quem não estudou lógica, dão-se de barato alguns raciocínios. Uns, de Vereadores até brilhantes, que construíram sofismas. Claro, com a desculpa de não terem estudado lógica, porque disseram assim e muitos repetiram: “Ah, mas se até temos que fechar, hoje, as próprias casas com muros, os apartamentos, os edifícios com grandes, temos que fechar, agora, os parques de Porto Alegre”. É realmente um raciocínio maravilhosamente sofístico, ilógico; longe da lógica! Então, a leitura é a seguinte: pode-se, sim, para a sua segurança pessoal e da sua família e dos seus edifícios, até mudar a fachada dos edifícios e colocarem grades que enfeiam, que tiram a originalidade de muitas obras arquitetônicas de edifícios e de apartamentos. Aí pode-se, protege-se o que é privado. Agora, quando se trata de proteger o público, o que é de todos, aí não precisa de grade, pode-se depredar mensalmente, porque a Prefeitura vai lá e gasta o dinheiro de todos para refazer as estátuas, os monumentos e as próprias árvores que são depredadas nesses parques.

Portanto, é absolutamente procedente o que o Paulo Sant’Ana hoje novamente diz, até pedindo que seja aprovado o Projeto do Ver. Ibsen Pinheiro, porque se terá, pelo menos, uma oportunidade, já que existem aqui vozes reacionárias, conservadoras, obliteradas por um pensamento antigo de que os parques devem ficar abertos para as depredações, e que aí, entre aspas, as populações estarão felizes; contrariando não só no Brasil, repito, contrariando São Paulo, Rio, Belo Horizonte, Brasília, para não falar no mundo, onde quase 90% dos parques, nas grandes cidades do mundo, estão absolutamente cercados para a segurança da população e segurança da própria natureza, que não está ali para ser depredada por vândalos malfeitores e rufiões de toda a ordem.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado, Vereador.

O Ver. Professor Garcia está com a palavra em Comunicações, utilizando o seu próprio tempo e o tempo do Ver. Paulo Odone, por cedência.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, vou falar sobre um tema e tenho certeza de que, ontem, inúmeras pessoas assistiram aos depoimentos, no programa Fantástico, sobre a questão do “Falcão”, mostrando a questão do crime no Rio de Janeiro, mas que nós temos que fazer uma leitura diferenciada. Aquilo o que nós vimos na televisão, no Rio de Janeiro, a questão do mundo do tóxico, do tráfico, não acontece somente no Rio de Janeiro, acontece em todas as cidades do nosso País. Vendo os diversos depoimentos, cada vez mais o Poder Público tem que estar atento para a questão familiar. Se nós observarmos os diversos depoimentos daqueles meninos, de 13, 12 anos, eles mesmos dizem que quando fazem 16, 17 anos têm três alternativas: uma, o cemitério; a outra, a cadeia; e a terceira, uma cadeira de rodas. Ora, crianças com 12, 13 anos dizendo isso! Então, se nós, dirigentes políticos, não tivermos essa sensibilidade, esse olhar diferenciado, na realidade, tudo pode e nada muda. E quando se quer, pode-se, sim.

Não foi por acaso que o Exército, quando perdeu seus armamentos, seus fuzis, de maneira ostensiva, subiu os morros do Rio de Janeiro. Em uma semana, entre aspas, resolveram o problema, porque as armas foram devolvidas. Especula-se que cada um dos morros do Rio de Janeiro - e eram dois os que o Exército invadiu - estava perdendo, por dia, um milhão de reais no narcotráfico.

Ora, se é possível, por que não fazer isso de forma ostensiva e de forma sistemática?

Qual foi o outro depoimento dado ontem para nós podermos fazer uma reflexão? No morro, diziam eles, que à noite tudo pode, a polícia já não bate mais. Porque estão acertadas entre os traficantes e a polícia as propinas que cada um paga para os policias omitirem-se daquilo que é a realidade. Então aquela reportagem coloca de forma clara a realidade do nosso Brasil e a realidade do mundo.

Já tive oportunidade de utilizar esta tribuna algumas vezes para tratar deste tema. Em 2004 foi feito um levantamento pela Organização Mundial da Saúde que mostrava que o envolvimento do narcotráfico no mundo girava com 600 bilhões de dólares. Ora, senhoras e senhores, 600 bilhões de dólares! Para nós, que temos uma população de aproximadamente seis bilhões, significa que cada habitante do nosso planeta ficaria com 100 dólares anuais. Cem dólares anuais é muito maior do que muita renda per capita em alguns países do nosso mundo.

Então, essa reportagem começa a mostrar que aquelas crianças, aqueles jovens tinham um sentimento muito forte, mas por quem? Ouvindo diversos depoimentos, vimos que era pela figura materna; porque com relação à figura paterna, a grande maioria não conhece, não sabem quem são seus pais e aqueles que conheceram diziam que os pais já morreram ou que, na maioria das vezes, chagavam em casa apenas para agredi-los.

Mas mostram, ao mesmo tempo, um carinho e um temor pela figura materna; e é em cima dessa figura materna que tem de ser criadas, cada vez mais, políticas públicas. Sabemos que no nosso País, hoje, 14% dos lares brasileiros são gerenciados por mulheres. Então, também devemos ter um olhar diferenciado para esse novo contexto social em que inexiste a figura paterna, mas a mãe está lá, tentando dar o sustento para os seus filhos.

Volto a dizer que aquilo que foi mostrado ontem na TV não ocorre somente no Rio de Janeiro, mas ocorre em todos os recantos do nosso País, porque essa questão da droga está altamente disseminada por todos os segmentos. Agora, usar meninos e meninas, crianças que brincam de armas sem saber o porquê, faz com que as perspectivas sejam remotas.

Lembro-me ainda de uma senhora dizendo que seu filho, com três anos de idade, dizia: “Mãe, cheiro de maconha...” Ou seja, sabe identificar maconha, sabe identificar a cocaína. Ao mesmo tempo, se as autoridades já tiveram a postura de invadir o morro e conseguiram inibir um pouco a situação, por que essas ações não podem ser feitas de forma sistemática? Por que não criar políticas públicas ao mesmo tempo para buscar essas famílias?

Ver. João Antonio Dib, estou usando o meu tempo e o tempo do Ver. Paulo Odone. Eu estou seguindo o Regimento à risca.

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Assegurado o tempo, Excelência.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Só para não parecer que eu estaria falando indevidamente, e jamais foi essa a minha intenção.

Mas quero voltar a essa temática ainda – eu insisto –, porque cada vez mais nós, como dirigentes políticos, como governantes, temos de ter um olhar diferenciado para a questão da família, ou aquilo que ainda nós chamamos de família, de forma emblemática, na figura da mãe, chegar lá e tentar fazer um resgate, porque esta é uma realidade dura. Mas eu volto a dizer que a nossa realidade, aqui de Porto Alegre, é a mesma de milhares e milhares de cidades do nosso País. Ou começa-se a ter a coragem de inverter essa ótica – e nós temos de enfrentar isso –, ou o narcotráfico realmente vai superar tudo. Porque no depoimento, de forma clara, os policiais disseram que não vão porque cada um é pago... E alguns disseram: “Olha, eu pago 500 reais”, um auto-rendimento para cada um.

Nós não podemos ser ingênuos em achar que vamos acabar com o narcotráfico, mas nós podemos, sim, criar mecanismos de inibi-lo. Há um velho ditado que diz “Eu fiz a minha parte”; se cada um fizer a sua parte, eu tenho certeza de que nós poderemos mudar a vida de milhares e milhares de cidadãos brasileiros e não mais ouvir essa afirmação de crianças de 11, 12 anos dizendo que só têm três alternativas: o cemitério, a cadeia ou uma cadeira de rodas. Isso é lastimável para alguém que ainda sonha, alguém que tem a esperança de uma mudança. Quando, com nove, dez anos não há mais perspectiva de vida, nós, como dirigentes políticos, temos de fazer uma reflexão, senão nós estamos virando as costas, passando a ser coniventes com o atual sistema vigente – volto a dizer – não só no nosso País, mas no mundo.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

1.ª SESSÃO

 

PROC. N. 0554/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 014/06, de autoria do Ver. José Ismael Heinen, que dispõe sobre a instalação de faixas de segurança na frente de estabelecimentos de ensino no Município de Porto Alegre.

 

PROC. N. 0946/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 036/06, de autoria do Ver. João Antonio Dib, que denomina Esplanada Edgar Klettner um logradouro público cadastrado, conhecido como Esplanada 3136, localizado no Bairro Passo da Areia.

 

PROC. N. 1030/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 042/06, de autoria do Ver. Aldacir Oliboni, que denomina Rua Campesina e Rua Biguá os logradouros não-cadastrados, conhecidos respectivamente como Beco 51 – Estrada Ponta Grossa e Beco 50 – Estrada da Ponta Grossa, localizados no Bairro Belém Novo.

 

PROC. N. 1101/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 044/06, de autoria do Ver. Aldacir Oliboni, que denomina Rua Sargento Mário Lopes o logradouro não-cadastrado, conhecido como Rua Baias, localizado no Bairro Coronel Aparício Borges.

 

PROC. N. 1123/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 047/06, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua José Portella Nunes o logradouro não-cadastrado, conhecido como Rua 7159 – Loteamento Vila Nova Restinga, localizado no Bairro Restinga.

 

PROC. N. 1126/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 048/06, de autoria do Ver. Aldacir Oliboni, que denomina Travessa Ottomar Moreira o logradouro não-cadastrado, conhecido como Beco Um Rua Baias, localizado no Bairro Coronel Aparício Borges.

 

PROC. N. 1165/06 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N. 012/06, que autoriza o Poder Executivo a contratar Operação de Crédito no valor de R$16.038.900,00 com a Caixa Estadual S.A. - Agência de Fomento - RS e dá outras providências.

 

2.ª SESSÃO

 

PROC. N. 6898/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 143/05, de autoria da Ver.ª Margarete Moraes, que altera a redação do art. 100 da Resolução n. 1.178, de 16 de julho de 1992, e alterações posteriores (Regimento da Câmara Municipal de Porto Alegre), alterando o processo de encaminhamento de Mensagem Retificativa do Executivo.

 

PROC. N. 0079/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 007/06, de autoria do Ver. Claudio Sebenelo, que dá nova redação ao art. 1º e inclui art. 1-A na Lei n. 8.196, de 22 de julho de 1998, que dispõe sobre a exibição de animais da fauna exótica, para fins artísticos de diversões públicas, comerciais, culturais, científicos, promocionais, ou de qualquer outra natureza, por estabelecimentos de caráter transitório, proibindo a exibição de animais exóticos amestrados para fins de diversão pública. Com Emenda n. 01.

 

PROC. N. 0948/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 037/06, de autoria do Ver. Bernardino Vendruscolo, que disciplina o uso de caçambas estacionárias e/ou contêineres nas vias públicas, dá outras providências, e revoga as Leis n. 7.969, de 21 de janeiro de 1997, n. 8.401, de 2 de dezembro de 1999 e n. 9.080, de 9 de janeiro de 2003.

 

PROC. N. 0949/06 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N. 004/06, de autoria da Ver.ª Mônica Leal, que altera a redação do caput do art. 71 e acrescenta o art. 71-A à Lei Complementar n. 12, de 07 de janeiro de 1975, e alterações posteriores, que institui posturas para o Município de Porto Alegre, proibindo o leilão de eqüinos abandonados.

 

PROC. N. 0999/06 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N. 005/06, de autoria do Ver. Ervino Besson, que acrescenta § 3º ao art. 45 da Lei Complementar n. 170, de 31 de dezembro de 1987, e alterações posteriores, que estabelece normas para instalações hidrossanitárias e serviços públicos de abastecimento de água e esgotamento sanitário prestados pelo Departamento Municipal de Água e Esgotos e dá outras providências, autorizando o Poder Executivo a incluir o nome do consumidor nas Contas.

 

3.ª SESSÃO

 

PROC. N. 7126/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 155/05, de autoria da Ver. Margarete Moraes, que inclui § 1º, renunerando os demais, no art. 102 da Resolução n. 1.178, de 16 de julho de 1992, e alterações posteriores (Regimento da Câmara Municipal de Porto Alegre), excluindo do anúncio dos projetos e substitutivos a cópia das proposições.

 

PROC. N. 0077/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 005/06, de autoria do Ver. Claudio Sebenelo, que dispõe sobre a esterilização de animais domésticos e dá outras providências.

 

PROC. N. 0837/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 028/06, de autoria da Ver.ª Neuza Canabarro, que institui o Dia Municipal da Caminhada, cuja finalidade é incentivar a prática de atividades físicas, a ocorrer, anualmente, no dia 21 de setembro, que passará a integrar o Calendário de Eventos Oficiais de Porto Alegre. Com Emenda n. 01.

 

PROC. N. 0838/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 029/06, de autoria da Ver.ª Neuza Canabarro, que institui o Mês da Saúde Preventiva da Obesidade Infantil no Município de Porto Alegre, que ocorrerá, anualmente, no mês de junho, passando a integrar o Calendário de Eventos Oficiais de Porto Alegre. Com Emenda n. 01.

 

PROC. N. 0934/06 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N. 006/06, que dispõe sobre a desafetação de área localizada na Rua Jarí – Região 02: Noroeste, pertencente ao Município, com destinação para escola para fins de habitação popular.

 

PROC. N. 0962/06 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N. 009/06, que cria na Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Segurança Urbana, a Corregedoria da Guarda Municipal e a ouvidoria da Guarda Municipal; cria Cargos em Comissão e Funções Gratificadas na Administração Centralizada e dá outras providências.

 

PROC. N. 0963/06 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N. 010/06, que cria Cargos em Comissão na Administração Centralizada, altera a Especificação de Classe de Cargos de Guarda Municipal, constante da letra “b”, do Anexo I, da Lei n. 6.309, de 28 de dezembro de 1988, altera as Especificações de Classe de Cargos de Guarda Municipal, constantes, do Anexo II, da Lei n. 6.203, de 28 de outubro de 1988, alterada pela Lei n. 6.412, de 9 de junho de 1989, da letra “b”, do Anexo II da Lei n. 6.253, de 11 de novembro de 1988, alterada pela Lei n. 6.410, de 9 de junho de 1989 e da letra “b”, do Anexo I, da Lei n. 6.310, de 28 de dezembro de 1988, alterada pela Lei n. 6.411, de 9 de junho de 1989, e dá outras providências.

 

4.ª SESSÃO

 

PROC. N. 0982/06 - PROJETO DE EMENDA À LEI ORGÂNICA N. 002/06, de autoria da Mesa Diretora, que altera a redação do caput do art. 51 da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre, estabelecendo que o período de reuniões da Câmara Municipal de Porto Alegre, independente de convocação, passa a ser de 15 de fevereiro a 15 de julho e de 1º de agosto a 3 de janeiro do ano subseqüente. Com Emenda n. 01.

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, antes de mais nada eu desejo retirar um elogio que eu fiz ao Ver. Aldacir Oliboni, pois ele havia agregado, num só Projeto, várias denominações de logradouro, e hoje, de forma estranha para mim - talvez de forma inteligente -, ele apresenta três Projetos de denominação de logradouros.

O primeiro, ele quer denominar como Rua Campesina e Rua Biguá os logradouros do Beco 51, o que coloca em dificuldade os Vereadores porque “um pássaro não tem nada com a Campesina”; e os outros dois logradouros, ele denomina de Sargento Mário Lopes e, o outro, de Travessa Ottomar Moreira. Eu acho que os três Projetos estariam certos, e ele teve medo de colocar todos num só para que não fosse rejeitado em razão da Via Campesina.

Mas eu também tenho que falar, Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, do número de Cargos em Comissão no dia 31 de dezembro de 2004 e 31 de dezembro de 2005, sobre os quais o meu querido amigo Carlos Comassetto fala com muita freqüência. Eu gostaria de saber quantos detentores de Cargo em Comissão, petistas, no dia 31 de dezembro de 2004 renunciaram, foram demitidos, e quantos pediram férias. Não é por nada que eu faço uma afirmação dessas e sim como Vereador desta Casa. Porque o Secretário de Saúde, que deveria sair no dia 31 de dezembro, pediu férias, assumiu a Secretaria de Saúde respondendo por ela. Como este Vereador achava que aquele jovem Vereador tinha futuro, não cabia pedir a cassação, porque a Lei Orgânica é clara: Vereador só pode assumir o cargo de Secretário; responder por Secretaria, não pode. E é isso, Ver. Comassetto, eu também já fiz um Pedido de Informações em que quero saber quantos Cargos em Comissão tinham no dia 31 de dezembro de 2003, 2004 e 2005. A criação desses cargos para Ouvidoria e Corregedoria é decisão de lei, e a proposição do Prefeito é clara quando diz (Lê.): “A Ouvidoria da Guarda Municipal terá em sua composição um ouvidor-geral da Guarda Municipal, detentor de curso superior completo, reputação ilibada e não-integrante da Guarda Municipal, que será indicado e nomeado pelo Prefeito Municipal após consulta ao Secretário de Direitos Humanos e Segurança Urbana para um mandato de dois anos, que poderá ser prorrogado uma vez”. Portanto, é um Cargo em Comissão diferente de todos os outros. A mesma coisa, nobre Vereador, se dá para a Corregedoria: “(...) deve ser indicado pelo Prefeito para um mandato de dois anos, que poderá ser prorrogado uma vez por igual período após consulta”. Então, são quatro cargos criados de forma completamente diversa daqueles que têm Cargo em Comissão na Prefeitura.

Eu tenho a maior curiosidade, nobre Ver. Comassetto, em saber quantos tinham no dia 31 de dezembro de 2003. Quero dizer aV. Exª que nunca critiquei os Cargos em Comissão da Prefeitura; eu sempre critiquei o excessivo número de servidores da Prefeitura, que passou de 17 mil e 500, quando eu saí, para 26 mil.

 

O Sr. Carlos Comassetto: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Vereador João Dib, tratando-o como um patrono desta Casa, pela sua sabedoria nas questões regimentais, eu gostaria de dizer que não precisa fazer o Pedido de Informações; todo o dia 15 de cada mês é obrigação do Diário Oficial do Município publicar todos os cargos, inclusive os Cargos em Comissão. Busquei no Diário Oficial, e o Diário Oficial do dia 15 de março, publicado por esta Administração, dizia que em dezembro de 2004 nós tínhamos 738 Cargos em Comissão e hoje temos 42 Cargos em Comissão a mais do que naquela época. Mas o grande questionamento do debate que eu fazia é para explicar - também no dia 15 deste mês foi publicado – que 703 Cargos em Comissão recebem horas-extras. Eu acho que esse é o debate mais profundo, porque Cargo em Comissão recebe 30% a mais por ter RDE – Regime de Dedicação Exclusiva. Muito obrigado.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Interessante a colocação de V. Exª, ela vale um debate, mas se encerra o meu tempo. Mas devo dizer aV. Exª que a curiosidade minha é: quantos Cargos em Comissão tinham no dia 31 de dezembro de 2003 e quantos entraram em férias no dia 31 de dezembro de 2004? Todos deveriam ter sido demitidos, porque eram Cargos em Comissão de um Governo, e entrava outro. Saúde e PAZ!

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado.

O Ver. Ismael está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. A Verª Mônica Leal está com a palavra para discutir a Pauta.

 

A SRA. MÔNICA LEAL: Sr. Presidente, Ver. Dr. Goulart; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, pessoas que nos assistem, mais uma vez, ocupo esta tribuna para falar do Projeto de Lei do Executivo que cria, na Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Segurança Urbana, a Corregedoria e a Guarda Municipal, criando os famosos quatro cargos que eu venho debatendo exaustivamente com meu colega Ver. Comassetto.

É interessante, porque nós sabemos que essa é uma exigência da Lei Federal nº 10.826/03 - Estatuto do Desarmamento -, regulamentada pelo Decreto Federal nº 5.123/04, que dispõe sobre a autorização para porte de armas de fogo. Então, senhores, eu fico cada vez mais surpresa com essa situação, na medida em que todos nós acompanhamos o medo da população com o aumento da criminalidade, da marginália na Cidade. O nosso Prefeito, José Fogaça, busca uma ação para essa situação que a todos nós preocupa, porque não temos mais nenhuma segurança nas ruas e nem mesmo em nossas casas. Eu, como Vereadora em primeiro mandato, fiquei muito feliz em constatar que o Prefeito da Cidade priorizou essa questão, trabalhando na possibilidade de se ter uma Guarda armada e de se oferecer para a cidade de Porto Alegre mais essa possibilidade, ou seja, a única possibilidade que no momento eu vejo para que nós tenhamos esperança e uma luz no fim do túnel.

Eu me ative, nesse Parecer, sobre guardas-municipais, na Constituição de 1988, e encontrei vários itens, e, entre eles, eu gostaria de citar o item 56 (Lê.): “Entende-se a razão pela qual o poder de polícia, no âmbito municipal, deva ser mais favorecido e mais amplo do que nas outras áreas, já que, nas coletividades públicas locais, a ação da Administração é mais direta, mais intensa, mais profunda e freqüente, em razão do maior número de conflitos que surgem entre o poder público e a Administração e reclamantes, por isso, ação policial contínua e eficiente.” Vejam bem, cheios de itens o poder de polícia oferecido pelas guardas municipais. Se uma guarda municipal nada faz, é uma guarda omissa, se os órgãos da polícia militar estão ausentes, ocorre ação criminosa no Município. Qual o poder dos integrantes das guardas municipais? Tantos itens, e aí nós vemos o Prefeito, assistimos felizes a iniciativa do Prefeito José Fogaça, do Secretário Kevin Krieger, de mandarem para esta Casa um Projeto para armar a Guarda Municipal, e o que nós assistimos? O problema dos quatro cargos. Eu gostaria, antes de mais nada, de informar que estes quatro cargos criados são necessários; é uma obrigação que eles sejam autônomos e independentes, nem se pode buscar cargos de nenhuma outra área; essa é uma exigência legal.

 

O Sr. Carlos Comassetto: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Verª Mônica, acho que não podemos aqui fazer uma falsa polêmica. Nós não somos contra a delegação, a criação do cargo de Corregedoria, como diz o Estatuto do Desarmamento, inclusive a Polícia Federal poderá ceder armamento, ceder o porte de arma de fogo à Guarda Municipal. Só que existem hoje, na Administração centralizada, 25 Cargos em Comissão não utilizados; nós não precisamos criar novos cargos para que isso seja implementado imediatamente; essa é a discussão que nós estamos fazendo aqui. Já existem cargos que estão desocupados. Por isso, inclusive, pode ser mais rápido.

 

A SRA. MÔNICA LEAL: Ver. Comassetto, eu vou desconsiderar a falsa polêmica e vou lhe responder da seguinte maneira, mais uma vez, para que V. Exª entenda que são necessários três itens básicos para que essa Guarda fique armada: criar a Corregedoria e a Ouvidoria, que precisam ter cargos independentes e autônomos. Essa é uma exigência da Lei Federal; não deve ter vinculação com instituição alguma, da mesma forma com o Governo do Estado; são também necessários testes psicotécnicos e psicológicos, que já estão em andamento; cursos de capacitação para o uso de armas de fogo, que também já estão em andamento. A única coisa que falta é a criação dessa Corregedoria e da Ouvidoria, que seriam os famosos quatro cargos queV. Exª insiste em não aceitar, mas a população “agradece” pela possibilidade de não ter uma Guarda armada. Muito obrigada.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr.Goulart): O Ver. Ervino Besson está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. ERVINO BESSON: Meu caro Presidente desta Casa, Ver. Dr. Goulart; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores que nos acompanham nas galerias e pelo Canal 16 da TVCâmara, eu saúdo a todos. Eu quero falar sobre o meu Projeto, que hoje está na 2ª Sessão de Pauta, que é o PLCL nº 005/06. O que quero do meu Projeto? Eu apresentei esse Projeto no ano passado, e ele não teve êxito na Comissão de Constituição e Justiça, e eu o reapresentei novamente neste ano.

E quero aqui fazer um apelo aos estimados colegas Vereadores que compõem a Comissão de Constituição e Justiça: Márcio Bins Ely, Nereu D’Avila, Ibsen Pinheiro, Carlos Comassetto, Paulo Odone, Valdir Caetano e Almerindo Filho. A Comissão de Constituição e Justiça normalmente dá parecer contrário para projetos autorizativos.

Mas eu reapresentei esse Projeto e, mais uma vez, quero fazer um apelo aqui, aos colegas Vereadores, em nome de centenas e centenas de pessoas da nossa querida Porto Alegre, para que nós possamos abrir essa discussão aqui, meu caro Ver. Elói Guimarães, no Plenário desta Casa, porque eu tenho dito, desta tribuna, várias vezes, e quando for necessário, repito quantas vezes eu puder: normalmente eu discuto os meus Projetos com o segmento de nossa comunidade; e esse foi um deles.

As pessoas estão pedindo, implorando - é por isso que eu apresentei esse Projeto - que a conta da água seja em nome do consumidor. A comunidade está pedindo, Ver. Elói Guimarães, meu querido ex-Presidente desta Casa, então, montei o Projeto e trouxe aqui para nós discutirmos. A conta da Corsan é em nome do consumidor, a da CEEE e do telefone também, por que a conta da água não é? É um custo para o Município?

Vamos rediscutir este Projeto aqui, juntamente com o órgão competente, que é o DMAE. A população está pedindo, isso está causando muitos problemas na cidade de Porto Alegre, porque a conta de água não é em nome do consumidor; ela é em nome do imóvel da pessoa. E têm acontecido “gatos” de água, têm acontecido vários problemas para os munícipes da nossa Porto Alegre, uma série de problemas.

A conta da luz, por exemplo, quando a pessoa possui uma propriedade, se o consumidor não pagar a conta da luz, o proprietário não é o responsável. O consumidor, no dia em que for pedir uma religação de luz, se ele não pagar aquela conta, a CEEE não liga, é uma coisa mais justa, é esse o caminho, é justo isso. Então, a pessoa sabe que um dia vai querer uma ligação de luz e, se não pagar, se for desonesto, enfim, se não pagar a conta, não vai ser religada a luz para ele. Por que a conta de água não funciona assim?

Há proprietários com muitos problemas, muitas pessoas nos procuraram por problemas de consumo de água, quando acontece de receberem altos valores, roubos, como aconteceu agora, há pouco tempo, na Zona Sul de Porto Alegre, onde um proprietário de uma área, praticamente, o valor do terreno, Ver. Elói Guimarães, era o custo da dívida de água. Depois de algumas reuniões com o DMAE, nós conseguimos fazer um acerto, mas foi uma luta muito grande. Há gente que só tem um imóvel, só tem um terreno, nem conseguiu construir; de repente, o pessoal lá faz um “gato” - quem quer fazer falcatrua sempre dá um jeito - e consome a água, a conta está em nome não do consumidor, está em nome do dono do imóvel, ele é o responsável por essa conta. Vamos pensar nisso.

Então, eu faço um apelo para a Comissão de Constituição e Justiça, ao Presidente desta Comissão, vamos dar o parecer favorável ao Projeto para que nós possamos, sim, abrir a discussão neste Plenário. É isso que eu quero com o meu Projeto. Muito obrigado, Sr. Presidente.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado, Vereador.

O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Prezado Presidente Dr. Goulart, colegas Vereadores, Vereadoras, público que nos assiste, representantes das comunidades aqui presentes, vou continuar em Pauta no Projeto de Lei do Executivo, que propõe criar mais Cargos em Comissão, mais CCs no Município de Porto Alegre. E aí eu estou fazendo uma disputa política, sem dúvida nenhuma, porque o Prefeito da Cidade, quando em campanha, disse que não haveria mais Cargos em Comissão do que quando nós tínhamos lá na nossa Administração. Portanto, se isso é uma premissa política de que a situação defendeu e ganhou as eleições, nós não podemos criar mais Cargos em Comissão aqui, e há um Projeto de Lei que quer criar mais quatro Cargos em Comissão.

Eu quero fazer uma discussão aqui com profundidade e com qualidade! Primeiro isso. Segundo, conforme a Lei Orgânica do Município, no dia 15 de março de 2005, foram publicados quantos Cargos em Comissão existiam no último dia da Legislatura: 738 e foram todos exonerados, para responder a sua pergunta, Ver. Dib.

E, hoje, temos 780 Cargos em Comissão, ou seja, 42 a mais do que naquele momento, e ainda colocam um Projeto de Lei para a criação de mais quatro cargos?

Eu não estou entendendo essa política, se antes foi dito que não iriam nomear ninguém mais para nenhum cargo além dos existentes! Isso foi propagado, com toda a energia, para a Cidade.

Bem, perdemos as eleições, é verdade, mas o nosso papel aqui é cobrar que seja executado aquilo que foi dito naquele momento.

E aí, Verª Mônica, quero dizer mais, a Secretaria Municipal de Segurança e Direitos Humanos tem hoje 26 Cargos em Comissão nomeados - não é um -, são 26! Será que não pode ser utilizado um desses 26 cargos para nomear o Corregedor, o Ouvidor e o Assistente Social?

E quero fazer outra afirmação política: Ouvidor em Cargo em Comissão será um Ouvidor oficial, só daquela linha política que está no Governo. É um Ouvidor de um ouvido só. Ouvidor tem de ser um cargo de carreira, uma pessoa ímpar, que esteja lá para ouvir todos os problemas da Cidade e transmiti-los.

Por último, dentro desse mesmo questionamento, Verª Mônica Leal, tem, aqui, na Informação do Sr. Prefeito, a pedido da Verª Margarete Moraes, que anunciou no dia 30 de setembro passado, que existem 33 Cargos em Comissão ainda não ocupados, vagos.

Se for para atender à Segurança, que nomeiem nesses que já estão constituídos e não precisam criar novos cargos.

 

O Sr. João Antonio Dib:V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Os tantos cargos que V. Exª diz que tem na Guarda Municipal são para aqueles grupos, grupamentos de guardas. Não posso colocar, não tem um advogado de notório saber, de conduta ilibada; todos têm conduta ilibada, mas não são advogados, não são bacharéis em Direito. Então, não pode colocar essa gente.

Ele está criando, especificamente, dentro do que preceitua a Lei Federal, regulamentada pelo Presidente da República.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: A Lei Federal, Estatuto do Desarmamento, nº 10.826/03, diz o seguinte (Lê.): “Art. 44. A Polícia Federal poderá conceder Porte de Arma de Fogo, nos termos do artigo § 3° do art. 6º da Lei n° 10.826/03, às Guardas Municipais dos Municípios que tenham criado Corregedoria própria e autônoma ...”

O que é autônomo? Será que não tem nenhum funcionário público que seja advogado, que possa ser nomeado nessa função, nesse Cargo em Comissão? Já existem centenas de funcionários públicos com essa qualidade. Não precisamos criar mais Cargos em Comissão para isso.

 

A Srª Sofia Cavedon: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Estive conversando com o Secretário Kevin Krieger, colocando a nossa contrariedade com a criação de quatro novos CCs e concordando com a criação da Ouvidoria. Falei a ele que nós, da Bancada do PT, gostaríamos de contribuir e estaríamos emendando o Projeto, propondo a nomeação de quatro funcionários estáveis, com cargos que possam se desincumbir dessa função. Acho que há uma confusão entre autônomos, há uma forçação de entendimento de que ser autônomo tem de ser um Cargo em Comissão. Para mim, muito ao contrário. Um Cargo em Comissão tem vinculação política com os Governos. Uma Ouvidoria deveria ter um funcionamento que procure ser isento e possa ser o lugar da população chegar e avaliar o serviço público. Então, os funcionários de carreira são mais adequados para tal.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Muito obrigado, Verª Sofia. Essa é uma medida inteligente, os cargos já existem, já existem CCs, existem funcionários. Nós, da oposição, somos contrários a este Projeto e estamos dispostos, Verª Mônica, a fazer com que haja o Corregedor e o Ouvidor na Secretaria Municipal de Segurança, mas não dessa forma, criando mais Cargos em Comissão.

E, para concluir, eu espero que a base do Governo nos diga por que, dos 780 CCs, 713 estão recebendo horas extras, quando já têm regime de dedicação exclusiva, ganham mais 30% para ficarem o tempo todo à disposição do Sr. Prefeito Municipal. Não ouvimos, ainda, essa resposta. Portanto, estamos à disposição para ouvir e debater. Enquanto isso, iremos cobrar e cobrar forte, porque aquilo que foi dito não está sendo cumprido. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. Professor Garcia está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. O Ver. Márcio Bins Ely está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. MÁRCIO BINS ELY: Ver. Dr. Goulart, Presidente; na pessoa de Vossa Excelência quero cumprimentar as demais Vereadoras e Vereadores desta Casa, público que está nos assistindo nas galerias, na TVCâmara, senhoras e senhores, venho a esta tribuna porque o Projeto que está em Pauta, me parece que está gerando uma polêmica em torno de um tema específico, mas, na realidade, está se tirando o foco da questão, que, no meu entendimento, é o mais importante: a questão da segurança em Porto Alegre.

Todos nós sabemos das dificuldades que enfrenta a área da Segurança, tanto na esfera federal, estadual como municipal. E é notório e está previsto na Legislação que a Guarda Municipal só poderá portar arma a partir do momento em que estiver constituída uma Ouvidoria e uma Corregedoria no Município. Ou seja, a Guarda Municipal, que era antes provida de armas e munições, agora já não tem mais essa prerrogativa, e o Secretário, que está fazendo um trabalho e um esforço no sentido de reconduzir o Porte de Arma à Guarda Municipal, e, no nosso entendimento, irá gerar mais segurança para o Município de Porto Alegre, vem ao Legislativo se socorrer através de uma Lei interposta, que está aqui, que é o Projeto de Lei n° 009 de 2006, do Executivo, que justamente “cria na Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Segurança Urbana a Corregedoria da Guarda Municipal e a Ouvidoria da Guarda Municipal; cria Cargos em Comissão e Funções Gratificadas na Administração Centralizada e dá outras providências”. Ora, se a Legislação exige - para que o Município possa ter a sua Guarda com armas e possa oferecer mais segurança para a população - que se crie essa estrutura na Secretaria, o Poder Legislativo imediatamente tem que corresponder a esse anseio legal e atender a uma solicitação da Secretaria, porque senão a Guarda vai continuar desarmada.

 

 A Srª Mônica Leal: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Márcio, só para colaborar, aqui no dicionário a palavra autonomia tem o seguinte conceito (Lê.): “Faculdade de se governar por si mesmo; direito ou faculdade de quem tem uma nação de se reger por leis próprias e independência”.

Eu gostaria só de acrescentar, porque parece que está complicado de entender, que é necessário que seja autônomo e independente, não se pode puxar de qualquer outra área esses dois cargos, e também, dentro dessa Secretaria, nós não temos nenhuma possibilidade, não se tem um funcionário que possa ser um Corregedor, um Ouvidor.

 

O SR. MÁRCIO BINS ELY: Muito obrigado, Vereadora. Eu gostaria de falar o seguinte raciocínio, porque o Secretário esteve neste Legislativo, inclusive acompanhado de alguns guardas municipais, e nos foi passada a seguinte situação: a Guarda Municipal não pode utilizar seus coletes à prova de bala sob pena de ser roubada, porque ela não tem arma. Os bandidos, sabedores de que a Guarda Municipal anda desarmada, vão ao encontro da Guarda e lhe roubam os coletes à prova de bala.

 

O Sr. Carlos Comassetto: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado, Ver. Márcio Bins Ely. A Verª Mônica acabou de contribuir comigo, aqui. Se tem que ser autônomo, como é que um CC, que é Cargo em Comissão, que é cargo de confiança, vai conseguir ter essa autonomia? Nós estamos propondo criar, sim, Vereador, nós defendemos que a Legislação federal seja executada em Porto Alegre, mas não pela constituição de novos CCs, e sim aproveitando a estrutura que já existe. Temos formas para isso e queremos contribuir. Muito obrigado.

 

O SR. MÁRCIO BINS ELY: Agradeço pelas suas considerações, Ver. Comassetto, mas vejo iminente a necessidade de nós criarmos e darmos todas as condições para que a legislação necessária possa ser aprovada o quanto antes, para que a Guarda fundamentalmente possa desenvolver a sua função, que é zelar pela população. E para que possa exercer cem por cento essa atividade, tem que obrigatoriamente estar armada.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Vereador Márcio Bins Ely, eu trocava idéias aqui com o Ver. Ibsen Pinheiro, e esses Cargos em Comissões têm mandato de dois anos. Eles não são demissíveis, são diferentes dos outros.

 

O SR. MÁRCIO BINS ELY: Agradeço ao Ver. João Dib. Entendo que todos os esforços necessários feitos por este Legislativo para que se criem as condições a fim de que a Guarda Municipal possa estar armada o quanto antes devem ser empreendidos no Projeto ou na formatação do Projeto, na maneira que seja. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. Maurício Dziedricki está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. MAURÍCIO DZIEDRICKI: Exmo Sr. Presidente, Ver. Dr. Goulart; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, público que nos acompanha nas galerias, bem como pelo Canal 16, venho, em tempo de Liderança, para registrar o encontro que está acontecendo, no presente momento, no nosso plenarinho, que é o II Encontro de Tecnologia de Informação e Comunicação, com a participação efetiva da PROCEMPA, representando a Prefeitura Municipal de Porto Alegre, bem como o Governo do Estado, sendo representado através da Procergs. Um encontro cuja peculiaridade é tratar da questão da tecnologia de informação com uma narrativa especial.

Pela manhã, tivemos uma palestra que procurou unificar a questão da tecnologia de informação na rede de Saúde pública do Município. De que forma isso se traduz? Não somente na operação do atendimento àqueles que buscam uma consulta médica, uma cirurgia, uma especialidade da área da finalidade da Saúde pública. Nós estamos tendo, no presente momento, uma narrativa completa de uma ação inovadora da Prefeitura de Porto Alegre, o chamado Observa POA, o observatório de Porto Alegre com inúmeros recursos, dados, conceitos, análises demográficas, mas principalmente a avaliação sócio-cultural da nossa Cidade, a área de atendimento na questão dos serviços, no perfil da nossa população, dividido, fragmentado bairro a bairro, buscando as propriedades de cada comunidade para que nós, Vereadores e cidadãos de Porto Alegre, tenhamos melhores condições de avaliar os problemas da nossa Cidade e as grandes qualidades que temos.

O programa conta também com uma explicação inovadora da Prefeitura de Porto Alegre no lançamento, ontem, do programa chamado Tecnologia Para Todos - acesso wireless - as redes sem fio de internet - propiciando à população de Porto Alegre o acesso universal à rede mundial de computadores por meio dessa tecnologia, inaugurando já três pontos de atendimento: um deles, no Mercado Público de nossa Cidade; outro ponto no Parcão; e o terceiro ponto inovador num dos parques que está sendo tratado neste plenário, com propriedade, por conta do cercamento de parques. O nosso Parque da Redenção já conta com dispositivo wireless de atendimento à rede de internet.

Quero fazer esse registro em nome de um dos operadores da PROCEMPA, o nosso amigo Cunha, que tem desempenhado essa atividade e, junto com o nosso Presidente André Imar, acompanhou o lançamento no Parcão dessa grande atividade, com uma cobertura efetiva dos meios de comunicação de Porto Alegre, através do jornal O Sul, do jornal Zero Hora, do jornal Correio do Povo, no dia 20 de março.

Essas atividades estão sendo desenvolvidas, hoje, por técnicos, no plenarinho desta Casa, que têm buscado, com a comunidade de Porto Alegre, além de ampliar o acesso à rede mundial de computadores, a oportunidade de criarmos uma logística da informação. Hoje, a informação, principalmente a informação pelo cabeamento ótico, é algo que motiva Porto Alegre a introduzir-se num cenário de referência mundial. Nossos parques estão sendo unificados, estão sendo ligados por conta do cabeamento ótico. Já em seguida teremos condição de levar à Restinga a fibra ótica com a parceria da CEEE. Nossos parques estão integrados dessa forma. E aí, retomo posicionamento anterior, que já tive nesta tribuna, de tratar da questão da segurança virtual, que é uma das nossas propostas, por conta do amplo conhecimento que temos hoje na PROCEMPA, da segurança virtual como um elemento para evitar não somente os furtos, depredação, a pichação nos nossos parques, mas tratar com eficácia a identificação daqueles que são os vândalos, os criminosos.

Dessa forma, a segurança virtual busca, através da tecnologia da informação e comunicação, uma forma segura, uma forma limpa, uma forma branca, uma resolutividade para o problema do cercamento dos parques. É uma proposta da nossa Bancada, a ser encaminhada neste momento, para que a população de Porto Alegre tenha condição de opinar. E o plebiscito se faz necessário, sim, opinando no cercamento físico e no cercamento virtual. O mais importante a ressaltar é justamente a oportunidade de trazermos um serviço de vanguarda para a Cidade, fazendo com que os nossos cidadãos tenham, nas suas casas, na frente de um computador, um verdadeiro balcão de atendimento dos serviços públicos de Porto Alegre e da comunicação com as diversas Secretarias Municipais, com nossos representantes no Parlamento Municipal, bem como traduzir, por meio digital, os dados específicos de nossa Cidade.

Dessa forma, é a saudação que a Bancada do Partido Trabalhista Brasileiro, do Ver. Elói Guimarães, do Ver. Brasinha e deste Vereador, faz e registra, em tom solene, por conta da participação da Prefeitura, através da PROCEMPA, do seu Diretor-Presidente André Imar, o encontro de hoje.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. CARLOS COMASSETTO (Requerimento): Requeiro a V. Exª que seja distribuído a todos os Vereadores a cópia do Diário Oficial do dia 03 de janeiro de 2005, edição nº 2440, e o de quinta-feira, do dia 30 de dezembro de 2004, contendo a lista de todos os CCs que eram da então Administração e que foram exonerados, inclusive aqueles que tinham direito a férias e que não tiraram. Inclusive a pedido do Ver. João Dib, queria fazer esse requerimento, já passando os documentos às suas mãos, Sr. Presidente. Muito obrigado.

 

O SR. MARIO FRAGA: Sr. Presidente, só para lhe ajudar, é que a Casa já distribui o Diário Oficial para todos os Vereadores, todos os dias. Só para informar, Sr. Presidente!

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Ver. Dr. Goulart; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, quanto ao tema da valorização do funcionalismo, nós estamos aqui quando fazemos a crítica da criação de novos CCs e da concessão de horas-extras a CCs, quando criticamos iniciativas como transformação de CCs em FGs para sobrepor salários de funcionários cedidos, cobrando uma promessa de campanha e sendo coerentes com o que sempre acreditamos: funcionário público municipal valorizado é um bem inestimável para a cidade de Porto Alegre. Valorizado como produtor de política pública, valorizado por intermédio das condições de trabalho, por intermédio de carreira, política salarial e salário digno. E nós não achamos, Ver. João Dib, que é necessário, para se criar uma Ouvidoria e uma Corregedoria, ampliar o número de CCs. A Bancada do Partido dos Trabalhadores vai fazer emenda propondo a nomeação de quatro funcionários para isso. Para não retirarmos funcionários de outros lugares, poderemos estabelecer uma periodicidade de indicação, sem problema nenhum. Porque o Governo Fogaça fez muitas críticas, severas criticas, caracterizando a Administração Popular como uma “Administração de CCS”; gestionada, gestada, gerida, basicamente, por CCs, desvalorizando funcionários de carreira. Muitas vezes, nós ouvimos aqui, nas rádios, nos jornais, que se perdeu a memória dos 16 anos, porque eram os CCs que tinham essa memória. E não se consegue compreender, com esse discurso repetido, esse tipo de proposta deste Governo! E como é que ele explica essa contradição? No início da gestão, no ano passado, já foram ampliados em 42 o número de CCs. E nós, agora, estamos evidenciando que a EPTC - que não tem de passar por aqui - ampliou, exorbitantemente, o número de CCs. Vem, agora, a necessidade da construção de espaços importantes para a Guarda Municipal, e é por meio de CCs! Confia ou não confia, valoriza ou não valoriza o funcionário municipal este Governo? Fez promessas de manter a bimestralidade e não cumpriu. Mais do que isso, determinou a esta Casa, estabeleceu com a maioria nesta Casa o fim de qualquer resquício em lei da bimestralidade. De novo, na Ordem do Dia, um Projeto de Lei que os funcionários repudiaram em assembléia-geral, que cria supersalários, que é a conversão de CCs em FGs para os cedidos. As verbas de representação, os valores enormes destinados à consultoria, os problemas de relação em diferentes Secretarias, onde não há reunião, onde não há coletivo de trabalho com técnicos, muitos deles sem trabalho para fazer, que nos chegam de todas as Secretarias evidenciando que a linha do Governo Fogaça não é a linha do discurso, a linha da valorização.

Eu conversava com alguns guardas da Guarda Municipal, os quais não sabiam desse Projeto, nessa forma, Verª Mônica Leal, que veio para cá. E me disseram eles que só queriam valorização e qualificação: “Nós queremos ser qualificados para dar conta deste novo momento da Guarda Municipal”. Essa é a fala dos guardas municipais.

Na contramão disso, acho que a Câmara de Vereadores, a partir do processo do ano passado, vem apoiando um movimento muito importante que, sim, será um instrumento fundamental de valorização dos municipários, que é a retomada do Simpa - Sindicato dos Municipários de Porto Alegre - para que, de fato, volte, depois de quase dez anos, depois de duas eleições fraudadas, duas eleições em que pessoas foram ameaçadas e sofreram tiros, e em que Vereadores, como o Ver. Juarez Pinheiro, que foi fundamental nesse processo de democratização do Sindicato, foram ameaçados por aquela Direção que se perpetua dessa forma no Simpa. A partir das mobilizações do ano passado, esta Câmara, na pessoa do Ver. Elói e de outros Vereadores, que têm alguma vinculação com a categoria, abrigou um grande acordo, um acordo com todas as forças políticas da categoria dos municipários. E quem conhece a categoria dos municipários sabe que essas forças políticas são muito fortes, muito difíceis de se entender, que a disputa dessa categoria sempre foi muito aguerrida. A Câmara colocou a sua força institucional, colocou o seu espaço, e a autoridade política dos Vereadores vem construindo um pacto de eleições limpas.

Quarta-feira, dia 22, haverá uma assembléia geral, chamada por esse conjunto de funcionários, e dessa assembléia geral deve sair um processo que, em maio, realizará eleições. A nossa Câmara vai sediar as urnas, a saída das urnas, a comissão eleitoral e o processo de escrutínio. Parece-me que isso, sim, é um belo exemplo das instituições públicas valorizando o funcionalismo público, porque um funcionário sem o seu sindicato, sem condições de se organizar, sem condições de pautar os seus temas, é o que nós não desejamos para nenhuma categoria. E essa foi a história do Sindicato dos Municipários no último período. Então, estão de parabéns a categoria e a Câmara de Vereadores, que, nesse aspecto, estão cumprindo um papel muito importante.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. Claudio Sebenelo, médico do Hospital Grupo Hospitalar Conceição - GHC - está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Verª Sofia Cavedon, ilustres Vereadores, Sras. Vereadoras, em razão do seu discurso, eu queria refrescar a sua memória e lhe dizer que o Secretário da Saúde - se não me engano, Henrique Fontana, o demitido Henrique Fontana - pediu trezentos e vinte e poucos CCs novos na Secretaria da Saúde! E nós sabíamos, quando votávamos, que 30% desses CCs iriam para os cofres do PT. Mas nós votamos favoravelmente, porque era para a Saúde. Então, esse discurso cuidadoso, mas extremamente oportunista, de dizer que o Governo Fogaça falou que não vai aumentar CCs, primeiro, é um Projeto saído da Câmara Municipal de Porto Alegre; e, segundo, esta Câmara foi generosa, compreensiva, até complacente, sob certo aspecto, quando votou os pedidos do PT: todos os pedidos de criação de CCs no Governo Municipal foram atendidos por esta Câmara, generosamente. Então, eu acho que no momento em que a Segurança passa por essa dificuldade, eu gostaria que essa generosidade, que essa compreensão continuasse nesta Câmara. Verª Mônica, se o Partido dos Trabalhadores achar que não deve votar, eles que votem contra; nós vamos votar, e o Projeto de V. Exª vencerá.

Eu gostaria de trazer um assunto, novamente, a esta Casa, pois eu tenho certeza de que nós já ouvimos cem vezes a mesma coisa: “Olha, não era conosco; não é nosso; não é do Partido dos Trabalhadores”. Mas, agora, a sede da República em Ribeirão Preto está ultrapassando todos os limites do respeito à cidadania, no momento em que quebra o sigilo de uma conta bancária - de uma forma absolutamente violenta, agressiva, e desumana - de um brasileiro que cometeu o crime de depor contra o Ministro da Fazenda. E, mais do que isso, essa covardia foi feita pela Caixa Econômica Federal. Essa é mais uma foto – Verª Manuela d’Ávila, que sabe do que eu estou falando, do poder dos símbolos -, mais um símbolo do patrimonialismo do Partido dos Trabalhadores. A Lei não permite, mas como o Presidente Lula, o Partido dos Trabalhadores está no Governo, eles estão acima da Lei, e tudo pertence à voracidade de um Partido. E, então, chamam, numa conta bancária, a irresponsabilidade de responder, de uma forma desonesta, apenas a acusação de um Ministro, que, segundo o jornal Correio do Povo, de sábado, confessou ao Presidente Lula que realmente freqüentava a sede da república de Ribeirão Preto, em Brasília. E, mesmo freqüentando essa sede, ele negou, na CPI, e mentiu perante os Deputados, na salvaguarda da sua própria família. Eu até aceitaria esse argumento, não fosse ele useiro e vezeiro de não mexer um músculo da cara para mentir, da forma mais indiferente aos mínimos interesses de uma Nação; uma Nação que, ao mesmo tempo, tenta não se afogar nesse mar de corrupção, cuja presidência todos aqui sabem de quem é. E, quando se falar, hoje, em corrupção no País, a ligação se dá com um Partido que todos sabem qual é. Mesmo se remexendo para não se afogar nesse mar de corrupção, o País ainda encontra mais esse estratagema, mais essa jogada baixa, mais essa vergonha nacional: um sistema inteiro contra um pessoa indefesa e absolutamente sem nenhum poder. Assim, é extremamente fácil! Ora, meu Deus, e nós vamos caminhando por esse País, que ainda tem quase um ano pela frente com esse Partido. Mas a esperança está crescendo, cada vez mais, no coração de cada um de nós e nos dados estatísticos, enquanto algumas pessoas vão começar a não dormir.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado, Excelência.

O Ver. Ervino Besson está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ERVINO BESSON: Meu caro Presidente, Ver. Dr. Goulart; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e senhores que nos acompanham nas galerias e no Canal 16 da TVCâmara, eu queria saudar a todos.

Na última sexta-feira, meu caro Ver. Ismael, houve um seminário no Sesc, promovido pela Federação dos Empregados em Empresas de Asseio e Conservação do Rio Grande do Sul, em conjunto com o Sindasseio e o Iplan (Lê.): “O evento pretende promover urgente regularização das atividades cooperativistas”. Veja, Ver. Ismael, foram convidados representantes da Justiça do Trabalho, da Delegacia Regional do Trabalho, do Ministério Público do Trabalho, e Tribunal de Contas do Estado. Eu não quero colocar, aqui, em dúvida a lisura desses organizadores e a transparência do trabalho, uma vez que a Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul tem uma Frencoop presidida pelo Deputado Cherini, e esta Casa Municipal tem um grupo de Vereadores, também da Frencoop, presidida por este Vereador, que trabalha com muita clareza, com muita seriedade, no sistema cooperativista. Eu entendo que, no sistema cooperativista, tem que existir uma lisura, uma fraternidade e um conjunto de pessoas que formam uma grande família! É assim que tem de funcionar o sistema cooperativista.

Agora, meu caro Ver. Ismael e Ver. Adeli, se há um órgão como a Assembléia Legislativa, que trabalha há muito tempo com o Deputado Cherini nessa área, e se há um órgão como a Câmara Municipal de Porto Alegre, que também trabalha nessa área com diversos Vereadores, por que nós não fomos convidados para esse seminário? Então, eu não entendo mais nada de como funciona o sistema cooperativista.

E, mais, vejam V. Exas: eu contesto a legitimidade desse evento, pois a OCERGS, que tem um trabalho nessa área, a Fetrabalho e as Frentes Parlamentares de Apoio ao Cooperativismo não foram convidadas. Mais do que isso, Ver. Ismael, elas foram barradas, não foi permitida a entrada e a participação dessas pessoas nessa discussão. Ora! Ora, Srs. Vereadores, eu tenho dificuldade de entender como é que essas pessoas, que fazem um seminário dessa forma, pensam que talvez saibam muito do sistema cooperativista.

 

(Aparte anti-regimental do Ver. Adeli Sell.)

 

O SR. ERVINO BESSON: Não sei, Vereador. Bom, mas se o senhor estava lá e falou, mas o senhor foi lá, eu acho, como Vereador e não como representante da instituição Câmara Municipal. Porque tem uma Frencoop de que V. Exª faz parte, e da Assembléia Legislativa, ninguém foi convidado; eu, sinceramente, tenho muitas dúvidas da legitimidade desse seminário, muitas dúvidas.

Estou aberto, quem sabe, para fazer uma reunião, para que esses organizadores venham aqui na Câmara, e na Assembléia, e vamos discutir com eles, vamos ouvir o que eles pensam e qual o seguimento que eles querem dar ao sistema cooperativista.

Agora, meu caro Vereador-Presidente e Ver. Ismael, se um deles estivesse lá, no sábado, acompanhando a entrega daqueles apartamentos...V. Exª é um dos pioneiros, fundador da Cooperativa Habitacional Geraldo Santana. Nós estivemos lá no sábado, onde estava o Prefeito Municipal, o Dep. Vieira da Cunha, o Secretário Isaac, o Dr. Serrano, que é o Presidente, o General Longo da 3ª Região Militar, e muitas autoridades. Eles deviam ir lá para ver como é que se trabalha sério, como é um sistema ordenado, um sistema transparente no sistema habitacional cooperativista, onde esse extraordinário Ver. Ismael trabalha, muitas vezes no anonimato, sem muito alarde. Quem sabe, Ver. Ismael, esses senhores, com todo o respeito, sem querer ofender ninguém, quem sabe vamos convidá-los e vamos juntos para eles olharem o trabalho que vocês fazem no Sistema Cooperativista Geraldo Santana.

Agora, convenhamos, fazer um seminário, deixar a Assembléia Legislativa de fora, quando existe uma Frencoop; deixar a Assembléia Legislativa de fora desse convite e também a Câmara Municipal! Eu coloco, sinceramente, com muita dúvida: qual a intenção do seguimento do sistema cooperativista que houve no SESC, desse seminário, na última sexta-feira? Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): A Verª Manuela d'Ávila está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. MANUELA D'ÁVILA: Exmo Sr. Presidente, Ver. Dr. Goulart; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, todos os que nos assistem nas galerias e pela TVCâmara, eu havia me preparado, Ver. Comassetto para falar, no dia de hoje, sobre os três anos da invasão norte-americana ao Iraque, mais do que a guerra, a invasão que os Estados Unidos sistematicamente vêm fazendo e consolidando naquele País do Oriente Médio. Entretanto, após a noite de ontem, ao assistir ao documentário do nosso querido rapper MV Bill no “Fantástico”, aquele documentário que tem o nome “Falcão - Os meninos do Tráfico”, resolvi falar sobre essa guerra, Verª Mônica Leal, não sobre a guerra que todos, tenho a convicção, somos contra, a Guerra do Iraque, mas a guerra que se dá cotidianamente com a juventude do nosso País, nos morros, nas favelas, sobretudo nas cidades, naqueles locais mais distantes da Região Central, das grandes, das médias cidades. Talvez o Rio de Janeiro seja a única Capital brasileira que conviva com aquela realidade, porque as favelas estão dentro do local onde a classe média e os setores formadores de opinião, como gostam de falar, convivem. Na nossa Cidade, por exemplo, essa realidade é muito distante.

Eu ouvi a manifestação de muitas pessoas, chocadas com o que viram ontem na televisão, e gostaria de falar que grande parte daquelas cenas, Ver. João Antonio Dib, foram gravadas na nossa Capital. As pessoas mais atentas puderam perceber que o MV Bill, nesses seis anos em que gravou o documentário, esteve muitas vezes em Porto Alegre, pela sua ligação com o Movimento Hip-Hop daqui, mas, sobretudo, puderam comprovar que essa idéia de que no nosso Município não existe narcotráfico, de que o nosso Estado é um Estado que tem a melhor qualidade de vida e que isso é inabalável, que essas idéias não são verdadeiras. Assustou-me profundamente a reação de determinados setores que aproveitaram um documentário extremamente crítico para trabalhar mais uma vez com o tema e apenas o tema da ofensiva militar, da ofensiva das polícias sobre esses meninos. Eu acho que aquele documentário - e eu conheço um pouco o MV Bill para ter a convicção de que essa não é a idéia dele - o documentário “Falcão - Meninos do tráfico” traz em si justamente a idéia antagônica a essa: como podemos pensar o problema daqueles jovens, aliás, daquelas crianças que são transformadas em adultos e como podemos pensar em alternativas para elas? Eu gostaria de falar em três elementos das falas daquelas pessoas. Acho que todas as mulheres que são mães devem ter ficado profundamente emocionadas ao ver que todas aquelas crianças que se tornaram adultas tinham uma relação profunda com a sua mãe e quase nenhuma relação com o seu pai, o que nos traz mais uma vez ao debate sobre o planejamento familiar, sobre como tornar isso política de Estado neste País, como conseguir fazer com que cada um dos jovens tenha acesso às informações, se ame e pense uma vida de perspectiva. Porque não é só a falta de informação que faz com que as meninas engravidem, não é só a falta de informação que faz com que os meninos não sejam pais de maneira responsável. Para mim, fundamentalmente, o elemento que faz com que isso aconteça é a falta de perspectiva, é não terem para onde andar, não terem um caminho à frente para olhar, não terem pernas para percorrer esse caminho que se coloca logo à frente.

O outro debate que me surpreendeu foi ao ver a quantidade de dinheiro que esses meninos ganham. Muitos falam que esses meninos estão no tráfico porque se tornam milionários, quando a maior parte deles - talvez aqueles encontrados em maior situação de risco - ganhava 350, 500 reais por mês. Qualquer programa que estimule o emprego desses jovens de maneira decente - não das maneiras escravocratas como nós temos hoje em dia que tratam o estágio como trabalho escravo, o primeiro emprego, qualquer perspectiva de trabalho juvenil - significa, Ver. João Antonio Dib, qualificar as propostas de primeiro emprego, pensar em primeiros empregos decentes e qualificação profissional. Também é uma alternativa viável àqueles meninos, porque muitos, para facilitar o discurso e a prática, dizem que apenas a Polícia tem o poder de resolver os problemas que eles causam.

Mas o principal elemento - e esse é o registro que eu gostaria de fazer - que o MV Bill e o Athayde conseguem nos trazer não é a questão do planejamento familiar, não é a questão do acesso à Educação, não é a questão da falta de amor à vida, da falta de brinquedos, das brincadeiras terríveis, das brincadeiras com armas - claro, as pessoas se espelham naquilo que vêem cotidianamente -, mas é tornar visíveis esses meninos que nós, quando trabalhamos apenas a perspectiva de repressão policial, tornamos esses meninos apenas monstros. Esses meninos têm vida, esses meninos têm coração, e nenhum desses meninos, infelizmente, chegou à vida adulta. Dos 16 meninos entrevistados pelo MV Bill, para construir “Falcão e os Meninos do Tráfico”, quinze já estão enterrados, nenhum deles era adulto, nenhum era sequer, Dr. Goulart, jovem; morreram com 14, com 15, com 16 anos. Nós temos que tornar esses meninos visíveis; nós temos que tornar essas crianças visíveis, nós temos que perder os nossos preconceitos e conseguir enxergar que esses meninos, na sua maior parte, negros que moram nas periferias, nas vilas de Porto Alegre, existem.

E nós, os senhores, que agora, estranhamente, prestam muito pouca atenção, nós temos parcela grande de responsabilidade sobre o futuro de cada um, de todos os meninos e meninas envolvidos no narcotráfico do nosso País. Que pensemos mais nisso quando formos organizar o Plano Plurianual, que nós todos consigamos refletir mais sobre isso, quando formularmos a Lei de Diretrizes Orçamentárias, o Orçamento do nosso Município, porque no ano passado, por exemplo, 25 mil reais para o Programa de Planejamento Familiar foram negados pela Prefeitura Municipal de Porto Alegre; é um exemplo de que essas meninas e esses meninos continuam invisíveis aos olhos das nossas autoridades. Muito obrigada, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. Ibsen Pinheiro está com a palavra para uma Comunicação de Líder. O Ver. Ibsen Pinheiro já foi Dep. Federal e esteve na Presidência da República da nossa Pátria.

 

O SR. IBSEN PINHEIRO: E não foi um mau Governo, não é Sr. Presidente?

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Foi só um pouco exíguo, Excelência.

 

O SR. IBSEN PINHEIRO: Nisso, na verdade, nós convergimos. Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, o PMDB realizou, neste fim de semana, uma consulta às suas bases, que têm alguns aspectos muito interessantes e outros muito questionáveis no tratamento que a matéria recebeu. Eu, por exemplo, vi o Presidente do STJ sair dos seus cuidados para intrometer-se num assunto interno de um Partido, assunto que nem sequer está submetido ao controle de legalidade. Sempre foi uma consulta de caráter informal, sem nenhum poder cogente sobre a convenção, logo, matéria que não está sobre o controle da legalidade por parte do Judiciário. Mas, ao mesmo tempo, foi extremamente positivo observar que 13 mil lideranças participaram da consulta. A mim me preocupa, Sr. Presidente, ter visto, num passado recente, a partidarização do Poder Judiciário. Em vários momentos se perceberam sinais de partidarização do Poder Judiciário, mas, agora se observam sinais igualmente perigosos da judicialização da vida política. A judicialização da vida política dá-se partir de um pressuposto de que os Partidos são entidades subordinadas e que o juízo de conveniência pode ser feito pelo Judiciário. Por exemplo, um Tribunal entendeu que é boa a verticalização, e até nem contesto o conteúdo da opinião, contesto a sua constitucionalidade: onde está escrito que os Partidos devem ter coligações coerentes? Na cabeça de juízes que se imaginaram tutores da sociedade brasileira, e para os quais a identidade das coligações é coisa boa. No entanto, a nossa Constituição diz que a organização dos Partidos é autônoma e livre. Por isso, registro a minha desconformidade com a judicialização da política, tão nociva quanto a partidarização do Judiciário. Assim como vi um Desembargador, aqui no nosso Rio Grande, querendo que o proprietário de uma terra invadida provasse a produtividade. Ora, não há nenhuma exigência legal da produtividade, há apenas a faculdade de o Poder Público Federal exercer o direito de desapropriação, se quiser. Se quiser! No limite, afirmo que o proprietário tem até o direito da terra improdutiva, e alguns, Srs. Vereadores, querem vê-la desapropriada, porque qualquer preço é bom por uma terra improdutiva, mal situada, sem acesso e sem qualidade. Então, o equívoco é tal que um Desembargador queria que o proprietário provasse a produtividade, quando nenhuma Lei o exige.

Mas o aspecto positivo é o de que houve uma participação de 13 mil lideranças do PMDB, aí incluídos membros dos diretórios estaduais e nacional, do movimento jovem e feminino, Vereadores, Deputados Estaduais, Deputados Federais, membros do Conselho Nacional, num número impressionante de 13 mil lideranças.

Gostaria de registrar que, pela fórmula concebida, foi vitorioso o ex-Governador Anthony Garotinho. Acho que é uma boa prática cumprir as decisões especialmente acordadas. E se houve um acordo, o Governador Rigotto já está se apressando em cumpri-lo, e faz muito bem. Homem de palavra que é, acaba de dar uma entrevista, ainda em Brasília, dizendo que o seu candidato já é Anthony Garotinho, por ter sido o vencedor das prévias, conforme a legalidade construída: o acordo interno para a fórmula encontrada. Nessas condições, penso que o Governador Rigotto sai engrandecido desse episódio, tal como o Governador Garotinho. E é confortante ver que um velho Partido, que está por completar 40 anos, não perdeu, ainda, o saudável hábito de consultar as suas bases. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Solicito a presença da Verª Clênia Maranhão. Aproxime-se da Mesa para receber a nossa homenagem pelo seu aniversário, para quem peço uma salva de palmas deste Plenário. (Palmas.)

 

(Procede-se à entrega da homenagem.) (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

VOTAÇÃO

 

(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

REQ. N. 028/06 – (Proc. N. 1145/06 – Vereadores João Antonio Dib, Claudio Sebenelo, Elói Guimarães e Luiz Braz) – requerem Moção de Repúdio aos atos praticados pelo MST e pela Via Campesina contra a empresa ARACRUZ, no Município de Barra do Ribeiro. (incluído em 15-03-06)

 

Observação:

Encaminharam a matéria os Vereadores H.Souza e M.Maffei, em 13-03-06 e os Vereadores L.Braz, E.Guimarães, S.Cavedon, J.I.Heinen, E.Besson e B.Vendruscolo, em 15-03-06.

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Relembrando os trabalhos para os Vereadores, colocaremos em votação, a seguir, o Requerimento de autoria dos Vereadores Luiz Braz, Elói Guimarães, Claudio Sebenelo e João Antonio Dib, que requer Moção de Repúdio aos atos praticados pelo MST e Via Campesina contra a empresa Aracruz Celulose, na Barra do Ribeiro.

A seguir, teremos de discutir e votar quatro Vetos do Sr. Prefeito que obstruem qualquer outro trabalho que tenhamos a fazer. Então, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, colocaremos em votação.

 

O SR. RAUL CARRION: Ainda não encaminhamos. O PCdoB não encaminhou ainda.

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. Raul Carrion está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento n° 028/06.

 

O SR. RAUL CARRION: Exmo Ver. Dr. Goulart, demais Vereadores, Vereadoras, no dia de hoje, encerraremos os encaminhamentos e votaremos a Moção acerca dos lamentáveis acontecimentos ocorridos na empresa Aracruz. Encaminhando em nome do PCdoB, portanto, em meu nome e em nome da Verª Manuela d’Ávila, nós queremos, em primeiro lugar, deixar claro que, em nenhum momento, o PCdoB buscou obstruir ou impedir essa votação. A nossa manifestação, no primeiro dia em que foi tentado votar, foi contra a forma do encaminhamento pela presidência dos trabalhos. Resumidamente, pois eu quero entrar no conteúdo, em primeiro lugar, a matéria não se encontrava na Ordem do Dia; em segundo lugar, se ela se encontrasse na Ordem do Dia, haveria mais de 80 proposições à sua frente, e exigiria um Requerimento a ser votado nesta Casa, alterando a ordem; em terceiro lugar, essas alterações de ordem passam por uma negociação, Ver. Elói Guimarães, entre Mesa e Lideranças, que não ocorreram, portanto, atitude incorreta; e, em quarto lugar, o art. 22 do Regimento impede autor de proposição a presidir os trabalhos durante a votação, e o Ver. Braz era o autor dessa proposição, e, apesar disso, não se considerou impedido e fez o encaminhamento. Então, as nossas manifestações foram de inconformidade frente ao fato de que o nosso Regimento não estava sendo respeitado.

O PCdoB, entrando agora no conteúdo, apóia de forma irrestrita, Verª Maristela Maffei, a luta pela Reforma Agrária e pela democratização da terra, assim como a autonomia e legitimidade dos movimentos que levam à luta.

Não interferimos nas decisões do MST, não interferimos nas decisões da Via Campesina ou nas da Pastoral da Terra. Respeitamos a sua autonomia, e criticamos, quando entendemos incorreto.

Em segundo lugar, apesar de defendermos a Reforma Agrária, de defendermos esse Movimento e sermos contra a sua criminalização, nós consideramos incorreta a ação realizada, no último dia 8 de março, contra a empresa Aracruz Celulose; ocasião em que foram destruídos laboratórios de pesquisa e viveiros de plantas.

Sabemos ser questionável a monocultura do eucalipto em nossas terras, pois empobrece as terras, suga a água das nossas terras. Mas, entendemos, Ver. Dib, que essa questão tem de ser tratada do ponto de vista científico, num amplo debate com a sociedade, e não através de medidas como as que foram tomadas, com a destruição de pesquisas em curso.

Também questionamos que, no nosso País, fundamentalmente, exportamos massa de celulose e não beneficiamos, Ver. Elói, a matéria-prima, portando-nos como um país colonial. É preciso discutir, sim, que a celulose gerada no nosso Brasil seja beneficiada aqui. Vendemos a celulose a preço vil e importamos o papel, importamos a bobina. Essas questões precisam ser discutidas. Mas não justificam qualquer atitude, como as que aconteceram.

Também, assim sendo, nós questionamos, Ver. Paulo Odone, que a mesma indignação que alguns apresentam desta tribuna não ocorra quando dezenas, centenas de agricultores, camponeses e sem-terra têm sido massacrados e mortos. Parece que a propriedade privada é superior à questão da vida, neste País, ou neste Estado.

Queremos a mesma indignação contra o latifúndio, contra os assassinatos no campo, daqueles que hoje se levantam com tanta fúria contra a Via Campesina, contra a Pastoral da Terra e contra o MST.

Infelizmente, a Moção apresentada é de cunho reacionário, e, no nosso entender, tenta criminalizar o movimento camponês, que procura jogar no moinho contra a Reforma Agrária. Por isso, o PCdoB, apesar de discordar da ação lá realizada, respeitando a autonomia dos movimentos, votará contra esta Moção, mas apresentará o seu voto, separado, por escrito, para deixar perfeitamente clara a sua posição.

Concluo com uma posição de defesa da Reforma Agrária, dos movimentos sociais, mas contra esta ação concreta e por solidariedade à luta pela Reforma Agrária. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 028/06.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, não poderíamos, de nenhuma outra forma, tratar deste assunto a não ser votando a favor de alguma coisa que o PSDB liderou. Mas, especialmente, eu queria perguntar, mais uma vez, ao Ver.Raul Carrion se ele acha apenas incorreta a atitude daquelas mulheres que invadiram a Aracruz. Incorreção, erro, nós cometemos nas pequenas atitudes da vida. Invadir uma empresa produtiva com um percentual fantástico de empregos - proporcional ao número de hectares, com a idéia de duplicação da empresa, dando empregos, estudando fórmulas, pesquisando a antipoluição, que é o que faz, hoje, uma empresa moderna, contra aquele antigo ditado que dizia: você quer progresso, você quer empresa, então despolua - e não por causa da poluição, mandar embora a empresa. Não, ao contrário. O Partido dos Trabalhadores pagou muito caro a rejeição da Ford, aqui no Brasil, aqui no Rio Grande do Sul. Custou para eles a hegemonia em Porto Alegre e no Rio Grande do Sul, a hostilização do empresário dizendo que polui, pois o próprio Movimento dos Sem-Terra faz implantação de eucaliptos em uma escala muito razoável em relação à escala que hoje a Aracruz produz. Só que eles não têm a pesquisa, e o que foi arrasado, desmanchado, como o laboratório, são vinte anos de estudos, não sobre eucaliptos, mas sobre florestas nativas do Rio Grande do Sul. Em nome do meio ambiente muita bobagem tem sido dita, especialmente nessas zonas de maior planície. Falaram aqui até em Aqüífero Guarani; as pessoas não sabem nem o que é Aqüífero Guarani! Aqüífero Guarani, Ver. Luiz Braz,V. Exª sabe muito bem que Aqüífero Guarani é uma jazida de água que ainda não foi tocada; não tem comunicação com os lençóis freáticos. Então, até em nome do meio ambiente, e da sua defesa, muitas vezes há esta excedência, esse exagero em dizer que o Aqüífero Guarani está sendo atingido pela Aracruz. Não tem acesso, ainda, às jazidas de água, que são como jazidas de outra substância, que são fechadas e têm de ser abertas. Ora, 50 mil hectares de terra para o Aqüífero Guarani é uma cabeça de alfinete. Então, nós queríamos dizer que foi - e leio na Revista Veja o comentário da cronista Lya Luft - um crime; não foi uma incorreção, não, foi criminosa a atitude! E é por isso que essa criminalização foi feita pelas próprias mulheres, não foi feita por nós, não. O que nós lamentamos, e o que esta mensagem, esta Moção quer é lamentar a destruição de vinte anos de pesquisa, especialmente de mata nativa.

O que se quer é indiscutivelmente lamentar as perdas de laboratório, de pesquisa de mais de 20 anos sobre florestas nativas e como reflorestar onde antigamente se plantava eucalipto. Foi isso que nós perdemos. Foi essa atitude criminosa que foi feita. E quem cometeu o crime não foram os Vereadores, foram as mulheres. E aí dizem que nós queremos criminalizar os movimentos. Quem decepou a cabeça de um soldado e teve guarida na Prefeitura de Porto Alegre não foram os Vereadores, não! Nós sabemos a foice que pegou o pescoço de um coitado de um brigadiano!

Eu agradeço a atenção do Partido Comunista do Brasil, mas até é bom que eles não votem o nosso Projeto, porque o Projeto ficaria um pouco constrangido de ter um voto de quem acha que essas atitudes são apenas incorretas e que os outros é que querem criminalizar aquilo que foi uma invasão, grosseira e ridícula, no sentido de ir sempre contra aquilo que representa conhecimento. E representar conhecimento, neste País, é crime. E conhecimento, neste País, tem como resposta o elogio ao desconhecimento, por parte dos mais reacionários da esquerda brasileira, que acham que é bom ser ignorante, que acham bom que os laboratórios sejam destruídos e que desapareça para sempre todo o progresso científico que se consegue, a caro custo, na pesquisa brasileira.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. Paulo Odone está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento n.º 028/06.

 

O SR. PAULO ODONE: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu assomo a esta tribuna com uma expressão quase que de desalento. É uma parte de indignação, mas às vezes de desânimo com o nível de compreensão político que alguns setores fazem de alguns fatos que são objetivos e que, às vezes, são indubitavelmente incontestáveis.

Sr. Presidente, deixei de vir à Sessão desta Casa para ir à Barra do Ribeiro para uma Sessão de homenagem - liderada pela Prefeitura de Barra do Ribeiro, cujo líder máximo, seu Prefeito, foi eleito e pertence ao Partido dos Trabalhadores, o PT -, que encerrava a formação e qualificação profissional de técnicos e de servidores, funcionários, para atuarem na pesquisa, processo de produção e de orientação de mudas e de florestas de eucaliptos e manejo com as florestas nativas do meio ambiente. Esse processo de qualificação foi promovido, repito, pela Prefeitura da Barra do Ribeiro, com seu orgulhoso Prefeito, filiado ao Partido dos Trabalhadores, com a empresa Aracruz, com a Câmara de Vereadores, com a comunidade inteira da minha pequena Barra do Ribeiro, onde me criei, onde meu pai, meu avô e meu bisavô nasceram, com muito orgulho. Quando temos os primeiros investimentos que absorvem a mão de obra da minha terra, eu vejo uma ação que não quero repudiar pelo vandalismo, pela grosseria, pelo fanatismo político, pelo crime expressamente tipificado, pela ação solerte da madrugada, organizado, porque isso teve a rejeição unânime da sociedade. O que todos disseram lá, da direita ou esquerda, na Barra do Ribeiro - e olha que tinha direita e esquerda - foi exatamente isso: se para algo serviu este episódio, foi para unir a sociedade em torno do esforço que ela tem que fazer pela pesquisa científica, pela pesquisa técnica, para quem não gosta que aquilo seja científico. Vinte anos de pesquisa genética e de genomas foram perdidos para saber como se pode ter um mato de eucalipto mais produtivo que o outro. Mas me entristeci principalmente por verificar, muito ao contrário, ter desaparecido do nosso cenário político, o obscurantismo! O obscurantismo! A falta da visão científica, que não tem colorido ideológico, não é de esquerda e não é de direita! Que esse ainda serve de instrumento para o fanatismo ideológico. Eu não posso admitir quando ocorre um ato desses que, pelo seu obscurantismo, pelo seu retorno à época da nossa Idade Média, de incendiar as bruxas ao vivo, se possa, no Terceiro Milênio, debater ainda este tema. E olha, eu fico tão envergonhado do episódio que eu não aceito nem quando o Ver. Carrion pergunta por que não debatem, não criticam outras situações de camponês morto, vítima. Meu Deus do céu, algo como isso que se fez em Barra do Ribeiro, Ver. Elói, ninguém pode admitir e nem querer vincular a qualquer outro fato, por si só é uma agressão à civilização. É uma agressão a todos nós. Eu entrava na minha Barra, à direita, ali, nas três vendas, e vejo - onde era uma empresa de cerâmica que há muitos anos quebrou, e aquilo quebrado era um depoimento, e vejo estufas, e uma outra empresa, que é considerada pequena, mais de 150 mulheres e homens, de chapéu, tratando daquelas mudas e eu digo: emprego na Barra do Ribeiro! Esse, sim, não é o salário do bolsa-família, do velho paternalismo com que se mantém sufocada uma população, uma geração de empregados. Não! É emprego, é dignidade humana, é consciência social, é consciência sindical! Pois essa gente estava sendo agredida naquela destruição obscurantista, covarde, feita no laboratório de pesquisa da Aracruz em Barra do Ribeiro. Por favor, senhores, se envergonhem de debater este tema! Ele tem uma palavra só: não! Não e não se repita mais! Obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart ): Muito obrigado.

O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 028/06.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, toda a Casa sabe que eu sou absolutamente contrário a moções, porque moção gera tensão, gera emoção e, de repente, também gera agressão. Isso nós podemos verificar no dia 13, quando começamos a discutir esta Moção. Se não fosse a voz clara e forte do Ver. Haroldo de Souza, a agressão teria sido continuada. E eu, que sou contrário a moções, assinei essa também e assinei com a tranqüilidade de quem assina, sabendo que não se pode agredir, que não se pode praticar a barbárie, que não se pode, simplesmente, liquidar com um laboratório de experiências científicas. É muito cara a experiência científica. E eu não sei se apenas brasileiros estavam lá, estavam de capuz, não sei se não tinha nenhum José Bové infiltrado naquela agressão. Mas que foi um vandalismo, uma barbárie, uma vergonha para nós, não há dúvida nenhuma! Portanto, a essa agressão, pela primeira vez, eu assino uma Moção, e o fiz com muita satisfação. Acho que atos como esses não podem se repetir em nosso País. Nós não podemos permitir que 20 anos de experiências científicas sejam jogados para qualquer lugar. Foram jogados ao léu, não existem mais, não tem mais quem possa dizer o que está acontecendo e o que aconteceu. Houve uma senhora que lá estava durante esses 20 anos, provavelmente, que se dedicou e tentou reconstruir. Mas eu até tenho que parabenizar a Aracruz, porque ela está recompondo, mas nós perdemos tempo, nós perdemos dinheiro, nós perdemos empregos, nós perdemos oportunidades e nos envergonhamos pela agressão e pela barbárie que lá aconteceu. Como disse o Ver. Paulo Odone: “Espero que nunca mais, mas nunca mais ocorra um fato desses em nosso Rio Grande ou no nosso Brasil". Saúde e PAZ!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Em votação nominal, por solicitação do Ver. Raul Carrion, o Requerimento nº 028/06. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 17 votos SIM e 07 votos NÃO.

O Sr. 1º Secretário lê Declaração de Voto firmada pelo Partido dos Trabalhadores.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO (Haroldo de Souza) (Lê.):

“Declaração de Voto

Os Vereadores que subscrevem apresentam a seguinte Declaração de Voto acerca da ‘Moção de Repúdio ao vandalismo praticado pelo MST e Via Campesina contra o Centro de Pesquisas da Aracruz’ - Proc. 1145/06):

1) O Partido dos Trabalhadores, bem como sua Bancada, tem posição histórica de apoio à luta pela Reforma Agrária no País. Nesse sentido, apóia a mobilização e a luta dos movimentos sociais no campo e na Cidade.

2) Defendemos a paz, o protagonismo do povo e a democracia. Denunciamos a violência contra os trabalhadores rurais, quer praticada pela ação do latifúndio, quer pelas forças policiais, ou de qualquer origem. Entretanto, a ação realizada no dia 8 de março na Aracruz, foi equivocada e não contribui para a solução dos problemas no campo e para o avanço do processo de Reforma Agrária no País.

3) Cientificamente, é questionável a monocultura de espécies florestais em nosso Estado, devido aos impactos negativos que poderão causar na diversidade ambiental do Bioma Pampa. É necessário um debate responsável sobre o tema, como o realizado no 1º Seminário, em novembro de 2005, em Bagé, tendo o apoio do Ministério do Meio Ambiente, onde foi aprovada a Carta de Intenção à Valorização do Bioma Pampa, com ênfase ao desenvolvimento econômico, social, cultural e turístico da Metade Sul. Portanto, entendemos que será através do debate democrático e participativo que construiremos ações de políticas públicas voltadas ao desenvolvimento sustentável.

4) Assim, votamos contra a Moção apresentada, pois esta possui um forte conteúdo reacionário, numa visível tentativa de criminalização dos movimentos, que em nada contribui para a superação dos problemas sociais de nosso País. Sala das Sessões, 20 de março de 2006.

                                                    (a) Bancada do Partido dos Trabalhadores.”

 

“Declaração de Voto

Os Vereadores que subscrevem, apresentam a seguinte Declaração de Voto acerca da ‘Moção de Repúdio ao vandalismo praticado pelo MST e Via Campesina contra o centro de pesquisas da Aracruz’. (Proc. 1.145/6):

1) Manifestamos nosso irrestrito apoio à luta pela Reforma Agrária e pela democratização da terra, bem como à autonomia e legitimidade dos movimentos sociais que militam nessa frente, tais como o MST, a Via Campesina, a Pastoral da Terra, entre outros.

2) Entretanto, consideramos incorreta a ação realizada no último dia 8 de março contra a empresa Aracruz Celulose, em que foram destruídos laboratórios de pesquisa e viveiros de plantas.

3) Embora seja cientificamente questionável a monocultura do eucalipto em nosso Estado, pelas conseqüências adversas que poderá causar ao meio ambiente (esgotamento e ressecamento da terra, possibilidade de proliferação de pragas que coloquem em risco a lavoura tradicional, entre outros já apontados em estudos realizados), o que deveria ensejar um debate responsável e sereno sobre o tema, tal não pode ensejar comportamentos obscurantistas de coibir a pesquisa por meio da força, o que acaba por servir de mote aos setores mais retrógrados da sociedade, em sua permanente campanha contrária ao acesso dos trabalhadores à terra, além de criminalizar os movimentos sociais.

4) Da mesma forma, entendemos que seria importante travar discussão no sentido de que as empresas de papel e celulose fossem incentivadas a beneficiar aqui a matéria-prima bruta hoje exportada em sua quase totalidade, o que, por agregar valor ao produto, geraria divisas ao Estado.

5) Infelizmente, a Moção apresentada, por seus termos, possui um forte conteúdo reacionário. Seus autores brandem argumentos, tais como ‘agressão ao estado democrático de direito, conclamando os ‘democratas’ para ‘cerrar fileiras’ contra as ações promovidas pelos movimentos sociais, inclusive realizando manobras para forçar a apreciação deste Requerimento em arrepio aos procedimentos legislativos fixados no Regimento Interno, gerando um clima de confronto entre os Vereadores desta Casa, o que certamente não contribui para a resolução dos graves problemas com que convive a população de Porto Alegre. A propósito, onde está a voz veemente desses senhores quando, pelo País inteiro, o latifúndio pratica massacres e chacinas de trabalhadores rurais, assassinatos de lideranças e missionários, por defenderem o direito constitucional do acesso à terra? Entendemos que não se pode ter dois pesos e duas medidas.

6) Por essas razões, encaminhamos nosso voto contrário à presente Moção. Sala das Sessões, 20 de março de 2006.

                                               (aa) Ver. Raul Carrion

                                                       Verª Manuela d’Ávila

                                                       Verª Maristela Maffei.”

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado, Excelência.

 

O SR. IBSEN PINHEIRO: Sr. Presidente, solicito de V. Exª um esclarecimento à Casa, ao Plenário, aos jornalistas e também ao público que nos acompanha, das razões pelas quais esta é a Ordem do Dia anunciada por V. Exª. Tenho em mãos cópia do Requerimento aprovado por ampla maioria, e há Requerimento de quase todos os Partidos, para que se adiasse a votação do Projeto relativo ao cercamento de parques e ao plebiscito ali convocado para esta segunda-feira, como primeira matéria da Ordem do Dia. As razões regimentais, certamente V. Exª dispõe delas, mas eu percebo pelos jornalistas que acompanham os trabalhos que não há conhecimento de razão que justifique. Eu peço a V. Exª esclarecimento da razão pela qual a matéria está preterida, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Excelência, este Projeto, que foi retirado da Ordem do Dia de hoje, está em período de discussão, ainda não de encaminhamento e não de votação, mas deverá ser suspenso, porque existem quatro Vetos obstruindo a Ordem do Dia.

 

O SR. IBSEN PINHEIRO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, só por uma questão de clareza, a matéria não está mais em discussão, ela está em votação. Agora a razão que V. Exª oferece é uma razão que decorre do Regimento, então é preciso... A minha intenção foi de que se percebessem as causas dessa circunstância, porque a imprensa da Cidade está muito interessada. E, como várias vezes, quem requereu o adiamento foi o próprio autor, agora que fique claro que é uma imposição da Mesa no cumprimento do Regimento.

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Aguarde, Exª, vamos nos reunir tecnicamente para responder.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Os Vetos têm a prioridade, então me parece que agora será a apreciação dos Vetos. Nós já votamos o Requerimento de Moção a Aracruz?

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Esse já foi aprovado.

Ver. Ibsen Pinheiro, o Projeto não havia começado a ser encaminhado, portanto, ainda não estava em período de votação, embora esteja pronto para tal.

 

O SR. IBSEN PINHEIRO: Sr. Presidente, só para uma questão de clareza, a matéria já está em regime de votação?

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Está pronta para a votação.

 

O SR. IBSEN PINHEIRO: Está pronta para a votação. Ela está em votação, que é o momento que se segue à discussão, mas não se interrompeu, não se iniciou o processo de votação, por isso não contesto a decisão de Vossa Excelência.

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado, Vereador, pela compreensão.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON (Requerimento): Sr. Presidente, consultei algumas Lideranças e, em sensibilidade à ausência da Verª Margarete Moraes, gostaria de requerer a inversão da ordem de votação dos Vetos. Em primeiro lugar, o Veto Total ao PLL nº 108/03. Logo após, o Veto Parcial ao PLL nº 124/05. Depois, segue-se a ordem normal.

 

O SR. MARIO FRAGA: É um acordo.

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): A inversão da ordem de votação dos Vetos é permitida. Em votação o Requerimento de autoria da Verª Sofia Cavedon. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N. 2406/03 – VETO TOTAL ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 108/03, de autoria do Ver. Raul Carrion, que dispõe sobre a colocação de obra de arte original em toda edificação, pública ou privada, de espaços abertos ou fechados, com área igual ou superior a 2000m2 (dois mil metros quadrados), que vier a ser construída no Município, determina que o artista plástico participante tenha cadastro junto à Secretaria Municipal da Cultura e dá outras providências.

 

Parecer:

- da CCJ. Relator Ver. Paulo Odone: pela rejeição do Veto Total.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 77,

§ 4º, da LOM;

- votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA;

- incluído na Ordem do Dia em 15-03-06.

 

Na apreciação do Veto, vota-se o Projeto:

SIM – aprova o Projeto, rejeita o Veto;

NÃO – rejeita o Projeto, aceita o Veto.

- Trigésimo dia: 16-03-06 (quinta-feira).

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Em discussão o  PLL nº 108/03, com Veto  Total. Ver. Raul Carrion está com a palavra para discutir.

 

O SR. RAUL CARRION: Excelentíssimo Ver. Dr. Goulart, demais Vereadores e Vereadoras, esse Projeto, que é de 2003, no final do ano passado, nós votamos nesta Casa e, pela quase unanimidade dos Vereadores, foi aprovado com diversas Emendas. Posteriormente, o Poder Executivo Municipal entendeu em fazer um Veto Total a esse Projeto. Inclusive é bom dizer que nós, anteriormente, havíamos negociado com a Liderança do Governo, com o Governo, se haveria concordância, e procuramos ajustar. Depois do Veto, nós fomos procurados por representantes do Governo - Secretário Busatto, Secretário em exercício da Cultura - que manifestaram o interesse do entendimento para que, na medida em que havia o Veto - o Governo entendia meritório e importante o conteúdo essencial do Projeto -, nós negociássemos uma nova redação para esse Projeto e, fechado o entendimento, que o Governo se comprometia a trazer o seu apoio oficial ao Projeto, e tentarmos, ainda, no primeiro semestre, aprová-lo. Essa negociação foi feita, fizemos reuniões inclusive com os artistas, Verª Clênia, com arquitetos, com construtores, a partir da conversa com o Governo, e fechamos um anteprojeto que encaminhamos ao Governo, e tivemos o retorno com uma pequena alteração que também já está acertada. A partir disso, nós estamos encaminhando favoravelmente a aceitação do Veto. Agradecemos ao Ver. Odone, à CCJ, que deu um Parecer pelo mérito do Projeto, contrário ao Veto. Como o próprio Governo entendeu o mérito do Projeto, e a nossa intenção não é o confronto, mas construir, Ver. Todeschini, um projeto para a Cidade, nós, diante do compromisso de o Governo aceitar o encaminhamento de uma nova proposta e tentarmos aprovar no primeiro semestre com o seu apoio - a Líder do Governo, Verª Clênia, irá manifestar esse entendimento aqui da tribuna -, nós aceitamos, então, o Veto para construir essa alternativa.

Chamamos a atenção do conjunto da Casa para o seguinte: se aceito o Veto – como nós estamos encaminhando –, significa que o Projeto está derrotado, e isso, pela Lei Orgânica, exigirá 19 assinaturas para que o Projeto possa ingressar, Ver. Odone, ainda neste ano. E há o compromisso do Governo de discutir com a sua base, evidentemente que não pode impor essa negociação, Ver. Dr. Goulart. Então, nós estamos aqui acreditando que, evidentemente, dentro desse grande acordo, a base do Governo dará as assinaturas necessárias, conforme um compromisso político que estamos estabelecendo aqui.

Então, concluindo, dentro desse grande acordo, que envolve as 19 assinaturas a serem obtidas neste Plenário, bem como o apoio do Governo para que, na medida do possível, aprovemos o Projeto ainda no primeiro semestre, a Bancada do PCdoB encaminha pela aceitação do Veto do Sr. Prefeito. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): A Verª Clênia Maranhão está com a palavra para discutir o PLL nº 108/03, com Veto Total.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Sra Vereadoras e Srs. Vereadores, na verdade, a minha intervenção é nada mais do que reafirmar, aqui, as informações trazidas pelo Ver. Raul Carrion sobre as tratativas que fizemos, através da Liderança do Governo, diretamente com o Vereador e com o Governo, referente ao Projeto do Vereador, que dispõe sobre a colocação de obras de artes nas edificações da nossa Cidade.

O Ver. Carrion, desde o início, abriu um diálogo conosco em relação a este Projeto. Porém, este Projeto foi um dos inúmeros que nós votamos no final do ano, e nós incorporamos algumas Emendas ao Projeto do Vereador Raul Carrion, o que causou uma prejudicialidade ao Projeto.

Nesse Veto ao Projeto - tendo o Vereador sido procurado pelo Governo e tendo ele mostrado essa disponibilidade para o diálogo -, se recompôs uma proposta já feita pelo Ver. Carrion, a qual já teve, inclusive, a possibilidade de ser discutida. Eu tenho, aqui, em mãos, um e-mail do Secretário da Cultura, Sergius Gonzaga, que me foi entregue pelo Ver. Raul Carrion, em que o Vereador reafirma esse pedido de manutenção do Veto, para que haja adaptação desse novo texto que o Vereador já apresentou e para que possamos aprovar nesta Casa - e eu acredito, Vereador, por unanimidade - o novo Projeto de Lei de autoria do Ver. Carrion, que trata exatamente da colocação das obras de arte nas edificações do nosso Município.

Nós queríamos agradecer ao Ver. Carrion pela disponibilidade que ele demonstrou em todo este processo, no sentido de compreender que as Emendas que nós colocamos acabaram trazendo problemas à proposta original do texto, desencadeando a necessidade de ser refeito o Projeto, apenas com as novas modificações, mas similar ao Projeto apresentado anteriormente.

Então, havendo a aceitação do autor do Projeto, que é o Ver. Carrion, considerando a disponibilidade do Governo em fazer os ajustes necessários ao Projeto do Ver. Carrion, nós também queríamos pedir às Sras. Vereadoras e aos Srs. Vereadores a manutenção do Veto do Sr. Prefeito, uma vez que já está pronto, que já foi apresentado pelo Ver. Carrion um novo Projeto, mais aprimorado, mais adequado; Projeto esse que tem o nosso compromisso de pedir apoio, de dar as assinaturas necessárias para a sua tramitação, a qual, seguramente, permitirá outra rodada de debates democráticos de aprimoramento do Projeto, de aprovação do Projeto, que fará com que a nossa Cidade tenha uma legislação que se preocupe com a exposição das obras de arte em suas edificações.

Para concluir, Sr. Presidente, eu apenas quero ratificar o que foi colocado aqui pelo Ver. Carrion, bem como agradecer todos os diálogos que foram estabelecidos nesse processo e parabenizar o Ver. Carrion pela apresentação deste novo Projeto, que já tem o nosso apoio e, seguramente, Vereador, terá o apoio desta Casa, porque é um Projeto muito interessante.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado, Excelência.

O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir o PLL nº 108/03, com Veto Total.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, colegas Vereadoras e Vereadores, vejam só o que é esta Câmara Municipal. Este Projeto do Ver. Raul Carrion não é do último ano. Quando ele veio à Comissão de Educação, a qual tive o privilégio de presidir no ano passado, esse Projeto era um calhamaço desse tamanho: três quilos, “n” pareceres, documentos. Eu fiz uma reunião aberta, convidei todos e todas - Vereadores, Governo -, enfim, uma ampla convocação. O Ver. Carrion se lembra, pois ele foi lá na Comissão de Educação. Foi feito um debate, demos um Parecer favorável, porque havia várias Emendas. O Governo conhecia o Projeto; eu não o conhecia. A Bancada do Governo conhecia o Projeto, e eu não o conhecia.

Agora, nós estamos há duas semanas, aqui, num vai, não vem, vai e não vai, para discutir o Projeto do Ver. Ibsen Pinheiro. Todo dia a imprensa está aqui para acompanhar se o Projeto vai ou não vai ser votado. Esse assunto é manchete nos jornais de hoje. Como é que nós ficamos? São 17h56min. Alguém acredita que nós vamos votar o Projeto do Ver. Ibsen hoje? A Sessão vai terminar daqui a 33 minutos. É isso que vai acontecer. Isso é uma desmoralização desta Casa!

Por isso, eu acho um absurdo que a gente tenha um Projeto vetado totalmente, um Projeto em que a Comissão de Constituição e Justiça deu um Parecer pela derrubada do Veto - se é que eu entendi bem a leitura do Presidente -, mas o Ver. Carrion, que é o autor do Projeto, não briga por ele - já fez um novo Projeto antes de nós derrubarmos o Veto -, a Líder de Governo vem aqui e diz que está tudo bem, que está tudo acertado, que vai haver um novo Projeto, e, aí, o Projeto terá de passar por todas as Comissões novamente, gastando o nosso tempo. O povo de Porto Alegre quer soluções! E eu cansei de enrolação. Repito: eu cansei! Eu vou votar contra, porque todos tiveram tempo de analisar e de colocar as suas opiniões, inclusive de apresentar emendas.

Eu quero dizer que eu estou com uma posição, este ano, de não aceitar retirada de plenário. A não ser num caso extremo, quando houver burla, etc., V. Exas. verão a minha presença no plenário. Vou puxar e vou insistir, porque, esta semana, assim que terminarem esses Vetos que estão trancando a Pauta, eu vou querer votar um Projeto de minha autoria, que é um Projeto em que a Secretaria da Saúde começa a trabalhar. A Secretaria da Saúde diz que concorda com o meu Projeto referente às câmaras de bronzeamento. Então, nós vamos votá-lo. Quem for contra, vota contra! Agora, eu quero votar, porque eu estudei por muito tempo. Eu pesquisei, eu fui ao encontro da Prefeitura, como eu fiz no negócio da água mineral; antes de aprovar, mandei para a Prefeitura, perderam o material, mandei de novo, fui falar com a Vigilância; aprovado o Projeto, panfleto na rua, divulgação, voltei a conversar com o Governo. Não venham me dizer que eu não tenho diálogo com o Governo, eu não sou nenhum xiita aqui batendo contra o Governo: eu estou aqui cobrando postura da Câmara Municipal. Esse negócio de enrolação... O povo está cansado da nossa cara, que história é essa? Esse Projeto rolou, rolou, rolou; podem olhar, está ali com a Diretoria Legislativa, pesa três quilos, é um calhamaço. É uma vergonha esta postura de enrolação, não concordo com esse negócio de, antes de a gente derrubar o Veto ou não, já fazer um novo Projeto. Que história é essa? Esta Câmara tem decisão ou não tem decisão? Eu vou votar contra, perdi a paciência, porque o povo já perdeu a paciência com a gente há muito tempo. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): A Verª Maristela Maffei está com a palavra para discutir o PLL nº 108/03, com Veto Total.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, rapidamente, só para demarcar posição, quero dizer ao Ver. Raul Carrion que a Bancada do PSB não vai entrar no mérito da articulação para chegar ao nosso objetivo, mas, mantendo a coerência, votaremos também contra o Veto. Obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Em votação nominal o PLL nº 108/03. (Pausa.)

 

O SR. PAULO ODONE (Questão de Ordem): Só para esclarecer, Sr. Presidente, na Comissão de Constituição e Justiça, sobre o Parecer aprovado por todos nós, para a rejeição do Veto, com acordo feito aqui, nós vamos votar pelo acatamento do Veto, depois comprometidos com as assinaturas para viabilizar o novo Projeto construído.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, da mesma maneira, o Partido dos Trabalhadores votará não, tendo em conta o compromisso do Governo em apoiar o novo Projeto realizado pelo Ver. Carrion.

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Em votação nominal o PLL nº 108/03. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADO o Projeto por 02 votos SIM e 25 votos NÃO. Está aceito o Veto.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N. 2662/05 – VETO PARCIAL ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 124/05, de autoria do Ver. Márcio Bins Ely, que institui o Estatuto da Juventude e o Plano Estratégico para o Desenvolvimento Integral da Juventude no Município de Porto Alegre e dá outras providências.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Paulo Odone: pela manutenção do Veto Parcial;

- da CEFOR. Relator Ver. Professor Garcia: pela manutenção do Veto Parcial;

- da CUTHAB. Relator Ver. Alceu Brasinha: pela manutenção do Veto Parcial;

- da CECE. Relatora Ver.ª Manuela d'Ávila: pela rejeição do Veto Parcial;

- da CEDECONDH. Relator Ver. Raul Carrion: pela rejeição do Veto Parcial.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 77,

§ 4º, da LOM;

- votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA;

- incluído na Ordem do Dia em 15-03-06.

 

Na apreciação do Veto, vota-se o Projeto:

SIM – aprova o Projeto, rejeita o Veto;

NÃO – rejeita o Projeto, aceita o Veto.

- Trigésimo dia: 16-03-06 (quinta-feira).

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Em discussão o PLL nº 124/05, com Veto Parcial. A Verª Manuela d’Ávila está com a palavra para discutir.

 

A SRA. MANUELA D'ÁVILA: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, quando da elaboração do Estatuto Municipal da Juventude, eu, por diversas vezes, conversei com o Governo, porque o Estatuto apresentava uma série de problemas, algumas de natureza política, e outras tantas de natureza jurídica. Tentei consertar a maior parte desses equívocos de natureza jurídica, ou seja, o Estatuto pautava que a responsabilidade de promover o Ensino à distância de Nível Superior era do Município, quando nós sabemos que, pela Lei de Diretrizes e Bases, de 1996, o Ensino Superior cabe ao Governo Federal, com raras exceções de universidades municipais no nosso País. Havia também algumas delegações de tarefas ao Prefeito Municipal, e me causou estranheza, naquela ocasião, que esse Estatuto tinha Parecer favorável da Comissão de Constituição e Justiça se, na realidade, pautava as ações do Prefeito Municipal; colocando, inclusive, Verª Neuza, “cabe ao Prefeito”, quando nós sabemos que todos os Projetos, pelo menos os de autoria desta Vereadora e da nossa Bancada do PCdoB, ganham, apenas por termos essa natureza, o parecer de óbice de natureza jurídica da Constituição de Comissão e Justiça desta Casa. Mas nós tentamos - e acho que conseguimos - sanar, Ver. Márcio Bins Ely, as dificuldades jurídicas do Estatuto da Juventude, embora, na minha avaliação, não o tenhamos construído de maneira plural, envolvendo a juventude da nossa Cidade - como deveríamos ter feito -, conseguimos sanar essas dificuldades.

O Veto do Prefeito Municipal, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, não se dá por questões jurídicas, dá-se por uma questão eminentemente política. Esta Vereadora, em uma das diversas Emendas - acho que foram 19, 16 Emendas que apresentei e aprovei naquela data -, tratava justamente da construção do Conselho Municipal de Juventude. Porque esse Estatuto, de maneira que eu considero irregular, diz que nós temos de construir um plano estratégico de desenvolvimento para a juventude do Município de Porto Alegre. E eu tenho a convicção de que - de 36 Vereadores apenas um ou dois trabalhando exclusivamente, ou quase que exclusivamente - a Secretaria da Juventude não é suficiente para pautar, para compreender e para prever alternativas para a juventude da nossa Cidade. Nós sabemos que nenhum plano, seja da Saúde, da Educação, fica sem passar pelos seus respectivos Conselhos Municipais: Criança e Adolescente, Saúde e Educação. Todos os debates passam pelos Conselhos. Não por idealização. Mas por sabermos que o Conselho é um espaço mais plural, representativo e que consegue envolver o segmento ao qual se pretende.

O Prefeito vetou a idéia de que o Plano de Desenvolvimento da Juventude tem de ser criado pelo Conselho. Ou seja, quem vai criar o plano? Um ou dois sábios, iluminados, que acham que sabem tudo, que entendem tudo de juventude!

Ninguém entende tudo de juventude!

A temática juventude está em construção no nosso País. Não está incorporada, como está a da Criança e do Adolescente, por exemplo. E mesmo a da Criança e do Adolescente, Ver. Márcio Bins Ely - que sorri neste momento, acredito que por compartilhar dessa opinião -, nem essa temática abre mão do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente.

Por que um Secretário, de uma Secretaria criada há um ano e dois meses, Ver. Dib, terá a capacidade de prever, e de prever os problemas e prever soluções, como em bola de cristal, para a juventude da nossa Cidade?

Ora, quando o Prefeito veta a criação do Conselho Municipal de Juventude para construir o Plano Estratégico de Desenvolvimento da Juventude de Porto Alegre está se omitindo, está tornando invisível a juventude de Porto Alegre; e não é apenas pelo fato de ter eleito um ou dois Vereadores que está plenamente representada. Não está! Eu não acredito nisso.

E eu convivo com os mais diversos setores da juventude porto-alegrense, Ver. Professor Garcia, mas não tenho a pretensão de ser a dona da verdade de todos os movimentos juvenis. Não tenho a pretensão de querer tomar para mim as verdades e as alternativas para um segmento da população brasileira que mais vem sofrendo com o desemprego, com a miséria, com falta de educação, com falta de saúde e com o tráfico de drogas, como vimos, ontem, à noite.

Temos de criar espaços amplos, Ver. Márcio Bins Ely. De nada adianta, e esse Estatuto pode ser rasgado, se ele for um Estatuto para um Secretário, sozinho, conseguir trabalhar.

Queremos que a juventude participe, e exigimos essa participação. Do contrário, o Estatuto pode ser rasgado ou queimado em praça pública, porque não tem sentido. Não é real. Não causa impacto na vida de quem realmente sofre. Obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir o PLL nº 124/05, com Veto Parcial.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, de fato, só não estranho porque, desde o nascimento da Secretaria Municipal da Juventude, nós temos nos revezado, vários de nós, especialmente a Verª Manuela, na luta para novas instâncias, novas secretarias e para que esse tema da juventude corresponda à cultura construída na cidade de Porto Alegre, tão cantada pelo Prefeito Fogaça e pelo seu Secretário de Governança, o Secretário Cézar Busatto. É verdade que, basicamente, esses dois - não todos os Secretários do Governo Fogaça - pregam a cultura da participação, do protagonismo popular. Esse discurso, essa marca valorizada pelo Prefeito e seu Secretário de Governança em compromisso de campanha, tem dificuldade de se traduzir numa série de Secretarias. E, na Secretaria da Juventude, no nascedouro dela, na construção do seu Conselho Municipal, no Veto ao Conselho que houve, aqui, nesta Casa, ficou traduzido que não é essa a vontade do Secretário Zacher, não é essa a vontade do Governo em realizar nessa área, na área “dos caras pintadas”, na área da juventude - que anseia por participação, por democracia, por direito de opinar, que é, por característica, rebelde, que não aceita as coisas prontas, que está formando a sua opinião política - nessa área, e dizer que não será o Conselho que vai elaborar o plano estratégico ou plano municipal da juventude; é realmente não concordar, não estar à altura do destino que a cidade de Porto Alegre construiu para si; não estar à altura da política nacional para a juventude, que está construindo um plano nacional de juventude em inúmeras conferências neste País afora; é estar de costas para os ventos da democracia, para o esforço que este País faz par construir a democracia plena, a democracia transparente, com o avanço da cidadania.

Nós não podemos concordar com este Veto por isso, porque nós não achamos que um plano para a juventude possa ser elaborado em gabinetes, sem a fala, sem a construção dos jovens desta cidade. Nós criticamos, já há mais de um ano estamos clamando para que o Plano Municipal de Educação venha de volta para esta Casa. E eu não gostaria de caracterizar como uma marca do Governo, porque resiste a ela o Secretário César Busatto, resiste a ela o Prefeito Fogaça, a marca de que se diminui a participação popular, o protagonismo popular nesta gestão do Governo Fogaça. Mas as várias ações das diferentes Secretarias estão nos indicando isso.

O Plano Municipal de Educação, como esse Plano Estratégico para o Desenvolvimento Integral da Juventude, veio para cá com a assinatura de mais de 40 entidades, Vereador, que me olha com atenção, Haroldo de Souza. E esse plano foi retirado e ponto. Há um ano e meio, quase, não se têm notícias, apesar do compromisso do Prefeito Fogaça e da sua vontade de que um plano construído por tantas mãos fosse apenas reolhado, ou incrementado, modificado na vontade do novo Governo, mas que voltasse para cá. E aqui, no nascedouro, já se diz que não se quer participação popular para o Plano Municipal da Juventude. Que visão de juventude tem esse Governo Fogaça? A que veio a Secretaria Municipal da Juventude? Essa é a pergunta que eu gostaria de ver respondida aqui nesta tribuna: a que veio a Secretaria Municipal da Juventude?

Quando fiz a crítica à forma como ela nasceu, sem acolher as Emendas da oposição - especialmente as da Verª Manuela, que construiu nessa área e tem a sua vida política dedicada, fundamentalmente, à emancipação da juventude -, a resposta que eu recebi do Secretário Zacher, pelo jornal Correio do Povo, foi: “juventude sem tutela”. E aí eu perguntava, desta tribuna: “Juventude sem tutela significa o Secretário e alguns ajudantes definirem a vida da juventude?” É isto? Para mim, não permitir que o Plano Estratégico para o Desenvolvimento Integral da Juventude seja construído coletivamente é não só tutelar a vontade da juventude, como, mais grave do que isso, usurpar a vontade da juventude, substituir a vontade da juventude, achar que por estar indicado, empossado na Prefeitura não é necessário que os jovens opinem, porque eles estão bem representados. Isso vai na contramão de tudo o que construímos, de tudo o que, nesta Cidade, já se inventou de novo em termos de democracia, e que representa para o mundo a possibilidade da superação, da representação que usurpa a soberania popular.

Então, nós somos contrários a esse Veto, porque essa Emenda, Verª Manuela, é uma Emenda que aprimorou o Projeto, e nós achamos que ela deve permanecer.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir o PLL n° 124/05, com Veto Parcial.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, colegas Vereadores e Vereadoras, a proposição do Conselho Municipal da Juventude passa por um debate um pouco mais amplo. No ano passado, nós aprovamos um Orçamento muito generoso para a Secretaria Municipal da Juventude. Talvez alguns Vereadores ainda não saibam - e principalmente o povo - que o Governo Federal disponibilizou verbas generosas para que a Prefeitura de Porto Alegre, através da Secretaria da Juventude, operasse a política do Pró-Jovem em Porto Alegre.

Quem lê jornais verificou que houve profundas dificuldades para preencher as vagas disponíveis para o Pró-Jovem. Isso é fruto de uma dificuldade de abertura do Poder Público Municipal, em especial dessa Secretaria, para o conjunto da juventude. Se houvesse o funcionamento efetivo do Conselho Municipal da Juventude, isso não teria acontecido. Se nós tivéssemos um Conselho Municipal da Juventude com as Emendas que a Verª Manuela d’Ávila fez, nós não teríamos essa burocratização, essa visão única que é muito comum em secretarias de Governo. Não só neste Governo, mas em outros governos, em outras esferas.

Eu gostaria de dialogar com o Ver. Márcio Bins Ely sobre essas questões. Afinal de contas, o Vereador é da base do Governo. Por que esses Vetos parciais? Eu gostaria de ouvir, em seguida, Vossa Excelência, porque eu acho que num caso como projeto de Conselho nós temos que ouvir o maior número possível de pessoas, na sociedade e no plenário.

As senhoras e os senhores sabem que eu acabei de protocolar um Projeto de mudança radical no Conselho Tutelar de Porto Alegre. Não sei se as minhas proposições vão passar. Algumas, eu tenho certeza de que terão objeção. Mas eu estou provocando um debate. Eu quero uma ampla discussão na sociedade sobre as questões dos Conselhos, inclusive aqui em Porto Alegre. No ano passado eu não fiz críticas, fiquei apenas observando e ouvindo, mas neste ano vou entrar no debate do Orçamento Participativo. O atual Governo tem um traço, tem um veio condutor, e pela sua postura, vai começar a diminuir o papel dos Conselhos, inclusive do OP.

 

(Aparte anti-regimental da Verª Clênia Maranhão.)

 

O SR. ADELI SELL: Vereadora,V. Exª não pode se queixar de mim, pois no ano passado não teci nenhuma crítica, fiquei observando. Eu acho que há setores do seu Governo, Verª Clênia Maranhão, que têm dificuldade de tratar esta questão da democracia participativa, e eu nem sou daqueles, Ver. Mario Fraga, que acha que tudo é a participação popular direta, porque isso é impossível numa cidade moderna e é impossível numa cidade do tamanho de Porto Alegre. Eu visitei a pequena cidade de Santo Antônio do Palma, terra do Ver. Ervino Besson, e lá há Orçamento Participativo com uma amplíssima participação da população, muito melhor do que fazíamos em Porto Alegre. Lá o Governo inclusive é de coligação, mas o PT governa pelo segundo mandato, e lá a população efetivamente discute minuciosamente, comunidade por comunidade, a aplicação do dinheiro, Ver. Ervino Besson. Eu fui e verifiquei, e por isso temos que discutir essa questão dos Conselhos Municipais; este é um deles, e por isso é que estou perguntando essas questões ao nobre Ver. Márcio Bins Ely. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir o PLL nº 124/05, com Veto Parcial.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, há algumas coisas que não consigo entender, e uma delas é esse Veto ao art. 42, que diz que todos os jovens têm o dever moral de prestar serviço social voluntário, entendido como ação cidadã de prestação de serviços à comunidade. Eu não posso entender por que se veta um artigo que atribui ao jovem o dever de ser útil à sociedade, de ser cooperativo, de ser sociável. Eu não vou conseguir entender. Por isso que eu não gosto muito da Carta Universal dos Direitos Humanos; eu prefiro a Carta americana dos Direitos e Deveres do Homem. Eu não consigo entender, e por isso pedi destaque, Sr. Presidente. Como também não consigo entender que o art. 8.º tenha sido vetado. (Lê.): “O jovem tem direito à profissionalização e contempla a adoção das seguintes medidas: I -vinculação do planejamento de projetos e de programas de emprego e de formação profissional às ações municipais de desenvolvimento econômico e social;” - eu não sei por que o jovem não pode ser vinculado a isso? - “II - incentivo ao cooperativismo, por meio de projeto e de programas que visem ao aprimoramento racional da organização e da comercialização da produção de bens e serviços; III - articulação das ações de educação profissional e educação formal a fim de se elevar o nível de escolaridade, sendo a primeira complemento da segunda, englobando escolaridade, profissionalização e cidadania, visando a garantir o efetivo ingresso do jovem no mercado de trabalho”.

Eu não vou conseguir entender por que não querem atribuir ao jovem o desejo de ser útil à sociedade e por que não querem dar a ele a oportunidade! Não estão dizendo que a Prefeitura tem que fazer gasto, neste caso. Os outros artigos vetados eu entendo, estão dando à Prefeitura responsabilidade que talvez ela não tenha como atender no seu Orçamento. Mas esses dois, que dizem quais são os direitos dos jovens e quais são os deveres dos jovens, eu não entendo por que eles possam ser vetados. Por isso eu pedi destaque e votarei, neste caso, contra o Veto destes dois artigos, aceitando o Veto dos demais artigos. Saúde e PAZ!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado. Apregoamos o Requerimento solicitando que seja votado em destaque o art. 8.º e o art. 42 ao PLL n.º 124/05, de autoria do Ver. João Dib.

O Ver. Márcio Bins Ely está com a palavra para discutir o PLL n.º 124/05, com Veto Parcial.

 

O SR. MÁRCIO BINS ELY: Ver. Dr. Goulart, na pessoa de V. Exª quero cumprimentar os demais Vereadores e Vereadoras desta Casa; público que nos assiste pela TVCâmara, público que nos assiste nas galerias, senhoras e senhores, eu gostaria de fazer um breve histórico a respeito do compromisso e da responsabilidade que tem o Governo Fogaça com a juventude. Muitos anos se passaram sem que alguma movimentação concreta como a criação de uma secretaria de juventude municipal tenha ocorrido. E nesse Governo é meritório que essa ação tenha-se concretizado. Quero dizer que, no meu entendimento, um Prefeito que cria uma Secretaria Municipal da Juventude deixa clara a responsabilidade que tem para com as políticas públicas a serem adotadas com o jovem. E eu me utilizo desta tribuna, nesta oportunidade, para cumprimentar essa iniciativa do Prefeito Fogaça, e nós temos em um de nossos Pares, o Ver. Mauro Zacher, a responsabilidade atribuída de estar à frente desta Pasta. Como me considero da Bancada jovem desta Casa, não poderia me furtar de dar a minha contribuição. Protocolei, no ano passado, este que é o Projeto em pauta, que vem hoje com o Veto Parcial, que é o Estatuto da Juventude. Portanto vislumbrei, na oportunidade, que seria importante para o Legislativo que também fizesse parte dessa movimentação a favor do jovem na Capital, e aqui está o Estatuto com 46 artigos para servir como ferramenta, como instrumento de trabalho, para dar alguns nortes para as ações da Secretaria da Juventude, para que esse Estatuto possa servir como um alicerce das articulações com a sociedade civil organizada, fundamentalmente, em torno do jovem, o movimento estudantil, o movimento musical, o movimento cultural, a área do esporte, enfim.

Bom, nós nos deparamos, hoje, aqui, com o Veto Parcial do Prefeito, que destacou algumas questões que dizem respeito à interferência do Legislativo no Executivo. Mas eu quero dizer, Ver. João Dib, que, no todo e pelo objetivo final desse Projeto, ele não está sendo lesado; inclusive eu quero dizer aos Vereadores que se manifestaram desta tribuna, que estavam preocupados e se manifestaram com a questão que envolve a criação do Conselho Municipal da Juventude, que eu tenho impressão de que os Vereadores não leram o Veto Parcial. Até quero fazer essa pergunta. Os Vereadores chegaram a ler quais os artigos estavam sendo vetados? Porque o Prefeito não vetou o art. 43. O art. 43 permanece na Legislação, que diz o seguinte (Lê.): “O Executivo Municipal criará, no prazo de um ano, após a sanção desta Lei, o Conselho Municipal da Juventude”. Ou seja, o Conselho Municipal da Juventude está garantido! Inclusive, já é pauta de debate nesta Casa - e eu já me manifestei desta tribuna -, já está sendo formatada e idealizada a estruturação do Conselho Municipal da Juventude. Então, eu acho que devemos ter muita responsabilidade, muita seriedade nessa hora. Eu tenho certeza de que as ponderações do Ver. João Antonio Dib são importantes. Talvez nós tenhamos de refletir a respeito do art. 8º e do art. 42, mas eu tenho certeza de que o fundamental, que é alcançar essa ferramenta, esse instrumento de trabalho, que pode servir como norte de muitas ações da Secretaria, sendo aprovado, mesmo com o Veto Parcial de três ou quatro artigos, não vai interferir no objetivo deste Legislativo em estar dando a sua contribuição para a ação de políticas públicas de juventude a serem implementadas aqui em Porto Alegre. E tenho certeza de que o compromisso que reafirma o Prefeito Fogaça, que, além de criar a Secretaria da Juventude por meio deste Projeto, oportuniza termos documentado este, que é o Estatuto pioneiro nas capitais do nosso Brasil e está servindo como modelo na América Latina e em todo mundo, que é um Projeto que prevê políticas públicas sérias e responsáveis para os jovens da nossa Capital. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Eu solicito votação do art. 8º e do art. 42.

Em votação o Requerimento de autoria do Ver. João Antonio Dib que solicita votação em destaque do art. 8º e do art. 42 ao PLL nº 124/05. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Em votação o PLL nº 124/05. A Verª Manuela d’Ávila está com a palavra para encaminhar.

 

A SRA. MANUELA D’ÁVILA: Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, Sr. Presidente, eu não sei se não entendo tudo, Ver. Luiz Braz, ou se a cada momento me surpreendo mais. Acredito que todos os Vereadores, fundamentalmente aqueles que emitiram Parecer nas suas Comissões e votaram, merecem o respeito do Ver. Márcio Bins Ely. Tenho a convicção de que todos leram, ou se está insinuando uma prática de assinar sem ler nesta Casa, o que é muito perigoso. Tenho a convicção de que todos leram; mais do que leram: leram e compreenderam, porque ninguém aqui tem dificuldade em compreender o que está expresso. Gostaria de esclarecer para as pessoas que nos assistem no plenário desta Casa e pela nossa TVCâmara que esse Estatuto é pioneiro em Porto Alegre, inclusive pela forma como foi construído, Ver. João Antonio Dib, porque ele é quase idêntico, para não dizer idêntico, porque há alteração de alguns termos, a um apresentado pelo Deputado Cherini, na Assembléia Legislativa. Mas nós, jovens, não temos problemas, aquilo que é bom é para ser copiado. Para muitos projetos nossos, nós fazemos pesquisas, conhecemos os que existem em outras Capitais, em outros Municípios e queremos fazer aquilo de bom para a nossa Cidade. O que há de inédito no Estatuto da Juventude de Porto Alegre e na tentativa de criação do Deputado Cherini é a falta de participação da juventude na construção dos estatutos. Ver. Márcio,V. Exª conhece isso tão bem quanto eu, porque V. Exª foi RI - Relações Internacionais - da sua juventude e eu da minha, então, nós conhecemos um pouco do movimento das políticas públicas internacionais. Eu tenho o Estatuto do Uruguai na minha mão, o da Venezuela na minha gaveta, o da Espanha no meu gabinete e o do Brasil na minha mão. Nós sabemos que esse é um debate que vem crescendo e que Porto Alegre não está pautando, Ver. João Antonio Dib. O problema é que, ao aceitarmos o Veto do Prefeito, nós estamos pautando uma forma inédita de fazer políticas públicas para a juventude no País, que é de não envolver a juventude na construção das suas políticas, que é de não envolver a juventude e não responsabilizar essa juventude. Quando nós vetamos deveres dos jovens, nós estamos pressupondo que temos direitos sem termos deveres. Ninguém que elabora, que pensa, que reflete as políticas públicas de juventude, tem essa opinião. Nós não achamos que nós, jovens, devemos ser senhores do Estado no sentido de apenas o Estado nos prover aquilo que nos falta. Não. Nós, jovens, e essa é a motivação que nos faz construir políticas públicas de juventude, queremos construir este Estado, Ver. João Antonio Dib, queremos mudar este Estado, queremos conseguir fazer com que este Estado, com a nossa participação, nos garanta aquilo que é necessário, justamente para transformarmos este País num País com mais qualidade. É um movimento, é circular; não é unilateral, como tenta criar, com esses Vetos, a Prefeitura Municipal de Porto Alegre.

Portanto, em primeiro lugar, Ver. Márcio Bins Ely, eu acho que os 35 Vereadores desta Casa, para além de  V. Exª, merecem o seu respeito. Os Vereadores-membros da CUTHAB assinaram sem ler o Parecer de rejeição ao Veto do Prefeito? Os Vereadores-membros da Comissão de Educação, Cultura e Esporte, Ver. Haroldo! Nós não temos a prática, na nossa Comissão, de assinar sem ler. Eu acho que é muita petulância da nossa parte achar que nós temos a opinião absoluta e que os outros Vereadores se manifestam sem conhecer o tema.

Ver. Márcio, nós conhecemos o tema e, por conhecermos o tema, sabemos que a Prefeitura Municipal de Porto Alegre não tem se empenhado em envolver a juventude na construção de políticas públicas. Nós conhecemos o tema o suficiente para saber que a principal política pública da juventude de Porto Alegre, hoje, é desenvolvida por essa Secretaria, mas com recurso do Governo Federal, do Presidente Lula, porque é um investimento concreto de recursos que demonstra a capacidade e a vontade política de um Governo de alterar a situação dessa juventude. É por conhecermos a fundo esses fatos que uma série de Vereadores, nas suas respectivas Comissões e neste plenário, manifestaram-se pela rejeição do Veto do Prefeito de Porto Alegre, porque nós cansamos, Ver. Márcio, de ser enrolados com relação à participação política da juventude.

Eu não preciso recordar, todos lembram, talvez nem tanto quanto eu, porque foi a primeira vez que fui - traída é muita forte -, talvez, que tive um Projeto votado e aprovado que não foi executado, quando criamos a Comissão Especial de Políticas Públicas da Juventude. Qual o medo da Prefeitura com aquela Comissão? Qual o medo do Secretário Mauro Zacher com aquela Comissão, senão o medo de ouvir os jovens, senão o medo de ser criticado por esses jovens, porque essa crítica pode construir a política pública de juventude que nós, efetivamente, queremos; diferente, nova, inovadora, com a juventude participando, com a juventude sendo ouvida e com a juventude sendo o principal ator desse processo de transformação da nossa Cidade, do nosso Estado e do nosso País. Muito obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. Márcio Bins Ely está com a palavra para encaminhar a votação do PLL n.º 124/05, com Veto Parcial.

 

O SR. MÁRCIO BINS ELY: Ver. Dr. Goulart, Presidente; na pessoa de V. Exª quero cumprimentar os demais Vereadores e Vereadoras desta Casa, público que nos assiste pela TVCâmara, público que nos assiste nas galerias, senhoras e senhores, venho a esta tribuna para encaminhamento de uma questão relativa ao Veto Parcial que diz respeito à construção e aprovação deste, que é o Estatuto da Juventude, e gostaria de me referir a algumas questões apontadas também aqui pela Vereadora que me antecedeu na tribuna. Na realidade, este Veto, em nenhum momento, extingue a obrigatoriedade da criação do Conselho Municipal de Juventude, que está previsto e garantido no art. 43 do referido Projeto e que deve estar sendo implementado ainda este ano. Então quero dizer que, se em algum momento a juventude foi enrolada a respeito da criação e da implementação de políticas públicas para os jovens na nossa Capital, esse momento se deu no passado, porque, no passado, não existia nenhuma estrutura no Poder Executivo para abordar específica e pontualmente as questões sobre o tema juventude. E agora, essa estrutura está criada e esses temas estão sendo abordados pontualmente pela Secretaria Municipal de Juventude, que está criada neste Governo, ao qual temos que registrar aqui os nossos cumprimentos pelo compromisso e responsabilidade que tem para com o tema das políticas públicas para a juventude.

Então, eu gostaria de dizer, Vereadores, Verª Manuela, nós não podemos aqui estar procurando “chifre em cabeça de cavalo”! Porque, na realidade, Vereadores, está aí um grande Projeto que vai servir como ferramenta para nós podermos utilizar nas políticas públicas a serem adotadas na área de Educação, de Esportes, de Cultura, enfim, por um Executivo comprometido com o jovem, comprometido com as políticas públicas a serem implementadas para a juventude na nossa Capital. E aí nós estamos achando subterfúgios e meios para ir contra uma política que está implementada e que o Legislativo está dando uma colaboração neste momento.

Então, acho que é com muita responsabilidade que eu venho a esta tribuna dizer que um grande passo está sendo dado a partir de Porto Alegre, sim, a partir deste Legislativo, a partir da Prefeitura, do Prefeito Fogaça, com a responsabilidade investida a partir da criação da Secretaria de Juventude, e nós não podemos nos furtar, neste momento, em função de um Veto Parcial, de dois ou três artigos, de dar, digamos assim, o nosso o. k. para que essas políticas sejam implementadas a partir de projetos discutidos, elaborados e a partir do momento da criação do Conselho Municipal de Juventude, que, inclusive, está previsto neste Estatuto, que vai continuar previsto, e que possa estar sendo implementando e dando condições para que o jovem tenha a atenção que merece e a atenção que lhe é devida pelos Poderes, sejam eles o Executivo, Legislativo ou até mesmo o Poder Judiciário.

Então é com muita tranqüilidade - e quero registrar também os meus cumprimentos aos destaques referentes ao art. 8º e ao art. 42, ambos de autoria do Ver. João Antonio Dib -, e quero também dizer e reforçar, Srs. Vereadores, que, no meu entendimento, o conjunto do texto e todas as questões abordadas por todo o complexo dos artigos, em nada está sendo afetado com este Veto Parcial. Eu tenho certeza de que as preocupações dos Vereadores que me antecederam nesta tribuna - tenho certeza, Verª Manuela -, estarão sendo sanadas assim que nós conseguirmos com muito esforço... Porque muito esforço se fez para que se chegasse até aqui com a criação dessa Secretaria, para que, a partir da criação também do Conselho Municipal de Juventude, se possa ampliar ainda mais a participação dos jovens e da sociedade civil organizada em torno do tema jovem – seja o movimento estudantil, como já citei, o movimento cultural, os jovens envolvidos com o esporte –, e possam estar colaborando ainda mais para que as políticas realmente possam, o quanto antes, beneficiar o jovem, tão carente de uma atenção maior do Poder Público. E tenho certeza de que o compromisso do Prefeito Fogaça fica ainda mais reforçado, e a nossa contribuição está aí, Ver. Ervino, através do nosso Estatuto da Juventude, um grande Projeto que vamos aprovar hoje nesta Casa e já será implementado ainda neste ano pela Secretaria Municipal de Juventude. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): A Verª Maria Celeste está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 124/05, com Veto Parcial.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, Ver. Dr. Goulart; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, gostaria de ter discutido, mas de fato estava retomando a discussão que nós fizemos na Comissão de Direitos Humanos. Quanto à colocação da redação do Veto Parcial pelo Ver. Raul Carrion, nós nos debruçamos e, realmente, entendemos que as razões do Veto Parcial não deveriam ter sido levadas em consideração para que o Projeto fosse vetado. Por exemplo, no seu art. 3º, quando fala da questão da participação da juventude na construção da política no Município de Porto Alegre, nós verificamos que o Prefeito veta esse artigo tão importante. Importante porque o processo de construção, de participação popular, histórico na cidade de Porto Alegre, acaba de ser derrubado nesse simples art. 3º da proposta do Projeto do Estatuto da Juventude, Ver. Ervino Besson.

Com esse Veto, nega-se uma tradição histórica na Cidade, uma tradição de participação, e, sobretudo, uma tradição que a juventude precisa e tem muito presente no seu cotidiano através dos fóruns criados na cidade de Porto Alegre. E digo mais, essa tradição não foi respeitada já no início do Governo Fogaça. Por que eu falo isso? Porque, em 2004, esta Casa votou um Projeto de Lei que criava o Conselho Municipal da Juventude. E qual foi um dos primeiros atos do Sr. Prefeito aqui, em 2005, na sua gestão? Vetou completamente um projeto que criava o Conselho Municipal, que dava conta de toda uma organização da nossa juventude nesse Conselho, das entidades representativas, fazendo com que de fato houvesse a discussão e que se deliberasse sobre a política da juventude no nosso Município. Já no primeiro ano do Governo Fogaça nós constatamos o desejo de que de fato a participação popular, através dos conselhos, não fosse reconhecida, e verificamos de novo, sim, nesse art. 3º, com o Veto, nesse Projeto.

Também o art. 8o, que foi vetado, nos preocupa muito, porque aparece e apresenta a atribuição do Prefeito e das suas Secretarias nos programas e nos projetos, estranhamente também acaba por ser vetado, isentando, então, todo o compromisso que deveria ter a Secretaria da Juventude, as demais Secretarias que trabalham com a interface desse tema, os seus secretários correspondentes, isentando totalmente do processo da questão da juventude no Município de Porto Alegre. Isso, para mim, não é novidade quando nós verificamos, lá atrás, no Plano Plurianual, uma das metas, uma das medidas, um dos projetos, que não é o Pró-Jovem, que já foi falado aqui bastante pelos demais Vereadores, mas o Projeto chamado Agente Jovem, que também é uma política para implementar no Município, e nós constatamos que havia apenas uma meta, um trabalho a ser realizado em cima desse projeto, que é um projeto do Governo Lula também, apenas no ano de 2006. No Plano Plurianual, já estava claro qual é o trabalho que a Secretaria da Juventude e a Prefeitura de Porto Alegre têm em relação à juventude, ou gostariam de ter, porque apenas no ano de 2006 é que esse Projeto seria implementado e trabalhado. Ora, não dá para estabelecer um projeto, um programa, um plano plurianual na política para a juventude para apenas um ano, no nosso Município.

Então, para mim, estava claro naquele momento, recordando esses dois programas, e continua claro, neste momento, o total desinteresse da Prefeitura em relação à política da juventude. Cria-se a Secretaria da Juventude, sim, qual é o principal programa e projeto? O Pró-Jovem, que é um Projeto e um Programa do Governo Lula. A verba é federal, o incentivo é federal, o incentivo é do Governo Federal, e até agora o que nós vemos como resultado é uma total falta de vontade política do Governo em implementar programas e projetos, de fato, no Município de Porto Alegre. Isso está muito claro agora, quando verificamos, especialmente, através desses dois artigos vetados pelo Governo Municipal. Muito obrigada, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado.

Em votação nominal, solicitada pela Verª Sofia Cavedon, a prorrogação da Sessão por mais duas horas. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) Nove Vereadores presentes. Não há quórum.

Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 18h50min.)

 

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